Os produtores de peixes e peixarias de Caxias do Sul se preparam para atender aos clientes de forma diferenciada nesta Semana Santa. Com o isolamento social provocado pela pandemia de coronavírus, a estratégia é se reinventar e adotar novas formas de atendimento, como vendas em outros locais ou telentrega.
A tradicional Feira do Peixe Vivo da Semana Santa não será realizada neste ano em Caxias do Sul por dois motivos. Um deles é para evitar aglomerações em combate a pandemia de convid-19 e o outro é o deslocamento de toda a estrutura da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que inclui tendas, bretes, veículos e servidores, para as ações de combate à pandemia do coronavírus, realizadas nos Pavilhões da Festa da Uva.
O auge das vendas ocorria geralmente entre a quarta e quinta-feira, período que antecede a Sexta-Feira Santa. No ano passado, oito produtores colocaram à venda cerca de 27 toneladas de peixes. Destes, 25,5 toneladas foram vendidas, segundo a prefeitura de Caxias do Sul.
Para não perder a chance de comercializar a produção, Antônio Regalin, 55 anos, teve a ideia de realizar as vendas na propriedade dele em São Martinho da 2º Légua. Lá, ele tem 13 açudes com uma produção anual de cerca de quatro toneladas de peixes das variedades carpa capim, jundiá e cat fish:
- Tive a ideia de vender direto na propriedade na quinta-feira. Por volta das 5h vou preparar os tambores, com tudo que é preciso e, a partir das 8h, começo a atender os clientes. Será uma mini Feira do Peixe Vivo, sem aglomerações, para garantir a comercialização e não deixar sem as tradicionais vendas da Semana Santa.
Ainda na semana passada, ele distribuiu cartazes e avisou em grupos de aplicativo de conversas e nas redes sociais sobre a venda. A Querência Regalin fica a nove quilômetros do centro de Caxias do Sul, via bairro Kayser, passando pela Pedreira Guerra ou a sete quilômetros de Forqueta. Mesmo com a estratégia, Regalin afirma que as vendas vão ficar muito abaixo das registradas em anos anteriores:
- Participo da Feira do Peixe Vivo desde 2011. Trabalhamos dois anos para preparar os peixes e, desta vez, vamos gastar muito mais para mantê-los nos açudes. Acredito que consigo vender em torno de 800 quilos, que é bem inferior do que a nossa venda nas edições do evento, mas busquei uma alternativa - ressalta Regalin.
Para agendar o atendimento ou obter informações sobre a venda, os interessados podem ligar para (54) 3019-7301 ou (54) 99986-9202. Os preços variam de R$ 15 a 19 o quilo, dependendo da variedade do peixe.
Telentrega para evitar deslocamentos e aglomerações
Entre as novidades, alguns pontos que comercializam o pescado apostam no serviço de delivery. A Peixaria Cia do Peixe, antiga Mar Azul, atende aos clientes na loja, mas oferece o serviço para todos que entram em contato por telefone.
- Não temos aplicativo para compra e pedidos, mas apostamos na telentrega, para não colocar os clientes em risco e respeitar as normas do isolamento social. Os clientes ligam e oferecemos a tele pra entregar em casa e evitar saídas desnecessárias e aglomerações. Para compras acima de R$ 100, a tele é gratuita e nas compras inferiores a esse valor a tele fica R$ 10 - afirma o proprietário Alex Gauer.
Ele ressalta que a peixaria mantém todas os cuidados necessários para a comercialização dos produtos:
- Estamos atendendo de forma limitada para garantir a segurança dos nossos clientes, mantendo alguns cuidados que são necessários. Mantemos as instruções e monitoramos o distanciamento na fila de um cliente para o outro para que os clientes aguardem até que entrem na peixaria para serem atendidos. Limitamos o número de funcionários e também de clientes que entram na loja - explica.
Ele complementa:
- Estamos vendendo menos do que no passado. Só no primeiro dia já registramos queda de 20% em relação ao primeiro dia de vendas de 2019.
Os preços ficam entre R$ de 22 e R$ 45 o quilo. Para solicitar a telentrega basta entrar em contato pelo telefone (54) 3214-2010.