A mudança de rotina ocasionada pelo isolamento social, diante da pandemia de coronavírus, afeta também os animais domésticos. A orientação das autoridades de saúde é sair de casa somente para atividades essenciais, como ir ao mercado e farmácia. No entanto, quem tem um animalzinho em casa, sabe das dificuldades de mantê-los dias seguidos em um mesmo espaço. Além disso, há cães, principalmente, que têm o costume de fazer as necessidades em um ambiente externo.
A recomendação de veterinários é que, se houver realmente a necessidade de levar o animal para fora de casa, é que a saída seja breve e o local não tenha aglomeração de pessoas e outros animais. Também é essencial redobrar os cuidados com a higienização das patas e focinho antes de entrar em casa.
— Deve-se seguir alguns procedimentos, como higienizar as patas antes e depois do passeio. O ideal é fazer a higienização com água e produtos específicos para animais. É bom também fazer uma limpeza no focinho do cão porque o animal sempre usa o focinho para cheirar o lugar onde ele quer ir — explica o médico veterinário Lucas Zanatta, lembrando ainda que uma alternativa também podem ser os sapatinhos próprios para animais que podem ser encontrados em pet shops ou agropecuárias.
A médica veterinária Caroline Nesselo explica que não é recomendado usar álcool gel para a limpeza das patinhas:
— Pode ocorrer dermatite. Também tem que cuidar bastante para as patinhas não ficarem úmidas depois do passeio.
Ambos os profissionais ressaltam que os cães e gatos não são capazes de desenvolver a doença e nem transmiti-la para os humanos, mas podem carregar o vírus no pelo se tiverem contato com alguém infectado ou uma superfície contaminada, por exemplo.
— É importante deixar bem claro que os animais não são transmissores, mas se uma pessoa contaminada espirra perto do animal, o pet poderá veicular o vírus. Isso acontece com qualquer objeto e também com os humanos — afirma Zanatta.
— Hoje não existem evidências que a covid-19 possa ser passada do pet para os tutores. Para pessoas que têm suspeita ou estão com o coronavírus, a recomendação inicial é que haja um distanciamento do animal. Se não for possível, o ideal é a pessoa usar máscara e luvas para entrar em contato com o pet — reforça Caroline.
Confira outras recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais:
* Recomenda-se evitar o contato com outros tutores e outros pets quando sair.
* O mais indicado é que apenas um tutor fique responsável por passear com o cãozinho.
* Se o animal tiver apenas um tutor e este estiver infectado, o ideal é que o pet fique na casa de um familiar ou amigo de confiança.
* Brinque bastante com o pet dentro de casa. Cães adoram correr em busca de brinquedos. No caso dos gatos, é indicado disponibilizar arranhadores e usar Feliway (versão sintética do feromônio felino FR, responsável pela sensação de tranquilidade e segurança) ou Catnip (erva indicada para deixar gatos mais tranquilos) para atraí-los para o objeto, uma vez que arranhar ajuda aliviar estresse e ansiedade.
* Após as brincadeiras, lave bem com água e sabão os objetos como bolinhas, bichinhos de borracha, entre outros.
* Não é recomendado dormir com o animal e, por ora, evite beijos, abraços e lambidas.
* Higienize bem as mãos após os passeios e interações com seu cão ou gato.