Duas equipes do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e da Secretaria do Meio Ambiente iniciaram a desinfecção de ruas na noite de terça-feira (31) em Caxias do Sul. Na manhã desta quarta, outras equipes devem fazer a higienização da área central.
Conforme o diretor presidente do Samae, Idair Antônio Moschen, a ação que foi realizada durante a noite foi um teste para verificar as condições técnicas das equipes. Houve a higienização de praticamente toda a Avenida Júlio de Castilhos, das 22h até por volta de 23h30min.
— O teste foi aprovado. Fizemos a aplicação de peróxido. É um produto que se trabalha na higienização, com dois caminhões, um da Secretaria do Meio Ambiente e outro do Samae —explica Moschen.
Segundo ele, a intenção é sanitizar mais de 100 mil metros quadrados. O processo de limpeza deve durar alguns dias.
— Vamos atuar de forma mais frequente. As ações duram dois ou três dias, depois disso volta a contaminação. A ideia é ampliar para todas as unidades básicas de saúde também — afirma.
Nesta quarta, as equipes partirão da Praça Dante Alighieri, seguindo pela Rua Sinimbu até a EPI Imigrante, fazendo a desinfecção de todas as paradas de ônibus. Outra equipe seguirá higienizando os terminais das ruas Pinheiro Machado, Dr. Montaury, Bento Gonçalves, Visconde de Pelotas e Marechal Floriano. A intenção é priorizar o entorno do Hospital Pompeia e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central.
A iniciativa é uma parceria com as empresas Pulver Easy, de Caxias do Sul, e Hoffmann, de Igrejinha.
Como funciona a sanitização de espaços públicos
Servidores equipados com máscaras e macacões, e dispersando produtos químicos nas ruas, não é uma cena comum no cotidiano dos moradores da Serra. No entanto, desde a última semana, as medidas de desinfecção de espaços públicos foram adotadas por algumas prefeituras em combate à pandemia de coronavírus. Em Caxias, a primeira etapa de sanitização ocorreu na noite de terça-feira na Avenida Júlio de Castilhos. O trabalho foi realizado em outras ruas do centro na manhã desta quarta.
Conforme a engenharia química, Liseane Peluso Rech, os produtos químicos usados nessa ação, da classe dos desinfetantes, agem na eliminação de vírus, como o coronavírus, em superfícies como paredes, paradas de ônibus, entre outras.
— Estes produtos têm poder virocida, de matar uma grande quantidade de vírus. Também são bactericidas, atingindo qualquer outra coisa que tenha no ambiente. De tudo que temos à disposição no Samae, liberado pela Anvisa, optamos pelo peróxido de hidrogênio, que é o nome técnico para a água oxigenada, usada para descolorir cabelos e tratar ferimentos _ explica Liseane, que é servidora do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
Ainda segundo ela, os órgãos internacionais recomendam a reaplicação dos produtos com um intervalo de cerca de 48 horas.
— Mas ainda tudo é muito vago, porque é um vírus novo — reforça a engenheira química.
O peróxido de hidrogênio também foi escolhido porque não possui na sua composição cloro, o que poderia manchar a roupa dos pedestres ou trazer riscos aos servidores que aplicam, por exemplo.
— Eu opinei por não usarmos os produtos clorados principalmente por uma questão ambiental, já que eles podem formar subprodutos com outras coisas que encontram pelo caminho e, assim, se tornarem potencialmente danosos à saúde— explica a profissional.
A prefeitura informou que na ação desta quarta utilizou uma mistura de amônia e biguanida. Conforme Liseane, as substâncias têm o mesmo efeito desinfetante do peróxido de hidrogênio.