
Mais de um mês depois de ter sido homologada a vencedora da licitação para a construção do Centro de Bem-Estar Animal em Caxias do Sul, o local onde atualmente funciona o Canil Municipal, em São Virgílio da 6ª Légua, continua sem placa indicativa de obra. É que a caxiense Earqui Serviços de Arquitetura e Engenharia Ltda aguarda ser chamada pela prefeitura para assinatura do contrato.
– Estamos apreensivos quanto a este projeto, porque eles (prefeitura) têm que nos chamar e não chamaram. Teve troca de governo e está demorando um pouco. Recebi um e-mail que era para aguardarmos a assinatura do contrato – disse a arquiteta e urbanista da empresa, Patrícia Ruzzarin, comentando que, em geral, o contrato é assinado cerca de uma semana depois da homologação do resultado do processo.
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Do lado do município, o secretário de Meio Ambiente, Nerio Susin, disse que o documento está em fase de elaboração. Ele garantiu que o complexo será erguido e inaugurado neste ano. E falou que essa foi uma tarefa que recebeu do próprio Flávio Cassina (PTB).
– Pode demorar mais uns dois meses (para assinar o contrato) – projetou o secretário, referindo que o trâmite para a assinatura é normal.
O secretário não deu certeza, porém, de que o complexo será no mesmo local onde fica o tual canil, em São Virgílio, algo que foi divulgado pela administração anterior. Também não foi taxativo quanto ao valor que será empregado na obra, apesar de o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) ter destinado R$ 3 milhões, no início de agosto do ano passado, para a construção. O valor vem do Fundo Municipal do Meio Ambiente (Fundema). O montante é R$ 723,5 mil inferior ao que foi apresentado pela empreiteira que venceu com menor preço para a construção (R$ 3.723.575,67).

– Vamos colocar o Centro de Bem-Estar, este ano, em pé, apesar de termos muitos problemas de dinheiro na prefeitura. Não é o caso deste projeto, mas vamos terminar esse ano com déficit gigantesco. Essa é uma razão para estarmos adequando toda a situação para que,depois de assinado, ele não sofra dissolução de continuidade – afirmou Susin.
O secretário se refere às finanças da secretaria que, segundo ele, tem orçamento previsto para o ano de cerca de R$ 80 milhões e despesas de R$ 94 milhões.
– Não está ameaçada (a obra). O Centro sai neste ano – reiterou.
À reportagem, a 1ª Promotoria Especializada, que trata das questões ambientais na cidade, disse que está acompanhando de perto a situação do canil. O processo é antigo, teve origem em 2008, quando o Ministério Público Estadual ingressou com uma ação civil pública na justiça contra o município. Em junho de 2019, a situação de precariedade do canil e a divulgação de um caso de leptospirose em um funcionário desencadeou uma série de vistorias ao local. Depois disso, a prefeitura realizou desratização nas dependências, vacinação dos funcionários, melhorias nas redes hidráulica e elétrica, construção de vestiário e compra de armários para os funcionários e de uma mesa de refeitório.