Mesmo não concordando com a atitude do sogro — que atirou contra o Centro de Umbanda Caboclo Sete Flechas, do bairro Fátima Alto, em Caxias do Sul — a nora dele, de 40 anos, diz que a situação não tem relação com intolerância religiosa, e sim com o barulho produzido pelos tambores e pelos encontros realizados na casa ao lado, naquilo que ela classifica como "festas".
— Isso vem de anos, já passamos noites e noites acordados por causa do barulho que vai até meia noite, às vezes uma da manhã. Não esperávamos que ele fosse fazer isso, mas ele não atirou em ninguém, atirou pra cima. Foi descarrego de uma pessoa nervosa, estressada, que nunca teve sossego — afirma a nora, que é vizinha do centro de umbanda.
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De acordo com ela, a família tem denunciado desde 2013 à Polícia Civil a perturbação sonora que parte da casa ao lado, onde funciona o terreiro. As famílias são vizinhas há cerca de 30 anos. A mulher afirma que, na noite de sexta-feira, ainda antes dos disparos, a sogra dela teria pedido à mãe de Jonatan que o grupo parasse de fazer barulho. A vizinha também afirma que realmente foi consultada antes da abertura do terreiro, porém teria concordado sem saber do uso dos tambores.
— Eles já nos ameaçaram e ficam tirando sarro da nossa cara. A gente não tem preconceito, não é racista, a gente só quer paz e sossego. Meu sogro vai responder pelo que ele fez, mas nós também vamos procurar nossos direitos. Eu sou evangélica, minha religião também faz barulho, mas é com vidros vedados — completa.