A notícia de que sete rodovias da região passarão por estudos para concessão causou alvoroço nos moradores da Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias. Isso porque a possibilidade de serem instaladas novas praças de pedágios não agrada nenhum pouco aos motoristas. O governo do Estado reitera que, por enquanto, não estão previstos novos pontos de cobrança, mas também não descarta. É justamente esse estudo que será realizado nos trechos que apontará que tipo de obra ou intervenção cada rodovia necessita e se haverá ou não arrecadação por parte dos concessionários.
Em entrevista ao programa Atualidade, na manhã de ontem, o secretário de Governança e Gestão Estratégica do Estado, Claudio Gastal, explicou que a assinatura da parceria do governo estadual com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ocorrida na última sexta-feira, é um passo inicial. Disse, ainda, que representantes de cada ente, somados à consultoria que será contratada pelo banco, farão a análise dos cerca de 1.020 quilômetros de 18 rodovias pré-determinadas para chegar ao melhor formato de concessão. Serão verificados, entre outros fatores, o fluxo médio diário de veículos, o preço de mercado e a demanda (se precisa de obra ou apenas manutenção).
– O que existe é a decisão que essas (rodovias) vão ser trabalhadas na concessão. Qual é a forma, como vai ser feito, qual o tipo de obra – duplicação, aumento de capacidade, manutenção – isso tudo vai ser feito a partir de estudos – declarou Gastal.
O secretário falou que algumas medidas, a partir da concessão, serão óbvias, como a duplicação do trecho da RS-122 entre Farroupilha e São Vendelino. Mas, explicou que, em função do alto custo, uma duplicação nem sempre é razoável e que, em alguns locais, a construção de terceira faixa resolveria.
– Daqui a pouco vamos fazer uma duplicação, mas essa obra vai sair tão cara que para ter interesse privado você vai ter que trabalhar com um pedágio muito alto, perde totalmente a razoabilidade – referiu, mencionando o caso do antigo pedágio da RS-122, em Farroupilha.
O secretário falou em equalização das tabelas entre os preços praticados pelas concessionárias em pedágios de rodovias estaduais e federais:
– Você tem pedágios federais que são uma tabela e tem da EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) outra. Vamos fazer estudos e discussões sobre a possibilidade dessa equalização.
Na região, atualmente, são dois postos de cobrança sob a responsabilidade da EGR, um na RS-122, em Flores da Cunha, e outro na RS-235, em Gramado. O valor é de R$ 7 em cada um. O preço é o mesmo praticado pela EGR em dois postos existentes no trecho da RS-287, entre Venâncio Aires e Candelária. Esta rodovia pode servir como exemplo da equalização mencionada pelo secretário. O processo de concessão do trecho Taquari-Santa Maria já está em andamento. O edital deve ser lançado em breve e prevê mais três praças de pedágio (em Santa Maria, em Paraíso do Sul e em Taquari). Em contrapartida, a futura concessionária deverá duplicar os 204 quilômetros, que contam apenas com terceira faixa em alguns locais. E o preço será de, no máximo (o leilão pode determinar valor menor), R$ 5,93 em cada uma das cinco praças.