Em uma área verde do bairro Kayser, os sons da natureza misturam-se às orações de devotos do Divino Pai Eterno. Desde 2013, a imagem conta com um espaço onde, no último domingo de todo mês, fiéis se reúnem para rezar o terço. Nesta segunda-feira (27), uma missa — que ocorre no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Heróis Farroupilhas, às 19h — seguida de procissão até a gruta deve atrair cerca de 150 pessoas. A celebração é realizada uma vez por ano, sempre na última segunda-feira de janeiro, como forma de agradecimento às graças alcançadas.
De acordo com Íris Maria Porsh, 58, todos os dias pessoas passam pelo local para acender uma vela e fazer uma oração, seja como forma de pedido ou de agradecimento. A gruta, que fica na Travessa Santa Maria, 34, foi idealizada por ela após alcançar uma graça pessoal em oração ao Pai Eterno.
— Passei por um momento complicado quando saí de uma empresa onde trabalhei por 25 anos. Quase entrei em depressão e foi rezando que consegui me manter bem. Pensei que se era bom pra mim, poderia ser bom para outras pessoas também — lembra Íris, que contou com a ajuda do filho para a construção da gruta logo em frente à casa onde vive há mais de 30 anos.
Com ajuda de outras devotas, Íris deu início à programação de oração com o terço feita no último domingo de cada mês, sempre às 17h.
— Quando chove ou está muito frio a gente faz dentro da minha casa, mas nunca deixamos de fazer — destaca.
Uma das mantenedoras da gruta, a xará Íris Mari Canto, 64, frequenta o local desde que foi criado. Católica fervorosa, como ela mesma se denomina, a moradora do bairro garante que são inúmeras as graças alcançadas por intercessão do Divino Pai Eterno.
— Há cinco anos, uma irmã minha, que também é muito fervorosa, se curou de um câncer. Orei muito por um menino que tinha um problema sério no fígado, ele fez uma cirurgia em que 10 a cada 100 pessoas se salvam e ele se salvou — lembra a devota.
E a lista não pára por aí. Íris também recorda da recuperação do sobrinho que sofreu um acidente grave de motocicleta após já ter perdido um irmão por atropelamento; e de uma mulher que estava grávida de cinco meses e o bebê não estava ganhando peso.
— Ela veio me pedir ajuda e eu disse que ela precisava buscar uma religião e ter fé. Quatro meses depois, quando ela estava no hospital pra dar a luz me telefonou agradecendo, dizendo que a criança ia nascer com 3,17 Kg e que ela havia escolhido a religião Católica. Eu fiquei muito emocionada.
Aos 77 anos, Maria Roider também é frequentadora das celebrações que ocorrem na gruta e acredita na importância do local para ela e outros fiéis.
— É bom ter esse espaço para rezar junto, quanta gente queria ter um local assim, temos que nos dedicar para manter. Quando rezamos o terço, embaixo das árvores, os pássaros cantam — afirma Maria.