Há dois meses, Flores da Cunha virou manchete nacional depois que o asfalto de uma rua cedeu, uma cratera se abriu e um carro caiu. O acidente ocorreu em 19 de novembro de 2019, na Rua General João Manoel, no bairro Aparecida, e dois meses depois, o buraco segue aberto. Naquele dia, a motorista, Vanessa Cavagnoli, 34 anos, e a filha dela, Andressa Carnizella, 12, estavam no veículo que caiu. Ambas estão bem, mas Vanessa passa por acompanhamento médico. A cratera tem aproximadamente três metros de diâmetro e dois de profundidade.
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Asfalto cede e carro cai em cratera em Flores da Cunha
Segundo a prefeitura de Flores da Cunha, as galerias de pedras compradas para substituir a antiga, construída há mais de 50 anos, já foram compradas. A demora para iniciar a obra, no entanto, gera preocupação entre os moradores. O isolamento da área não passa segurança a quem vive na região, principalmente pela circulação de crianças que frequentam a praça que fica na esquina das ruas General João Manoel e Júlio de Castilho, a poucos metros da cratera. O cheiro forte e o som da água da galeria do sistema de escoamento de esgoto, que corre no buraco, também preocupa quem mora próximo ao local.
— A praça é movimentada e qualquer pessoa pode se aproximar do buraco, as crianças, então, nem se fala. É bem perigoso. Tem que fechar logo esse buraco, é um risco para todos — reclama Zilba Zulian Guarese, 85 anos, mora na rua onde ocorreu o acidente.
O morador Marcos Camargo Melo, 48, conta que as crianças, mesmo que tenham sido instruídas pelos pais para não chegar perto, são curiosas:
— Eles não sabem o risco que correm. As crianças jogam bola ali e estão usando as galerias que estão na rua para serem usadas na obra como brinquedo. Crianças são muito curiosas e pode acabar acontecendo uma tragédia.
Já a moradora Edite Baraldi, 68, questiona a demora de dois meses para fechar o buraco:
— A rua é uma via de acesso à RS-122, para ir a Antônio Prado ou voltar para Caxias. Não entendo o motivo de tanta demora para fechar essa cratera— aponta.
Confira o vídeo:
Demora ocorre, segundo prefeitura, em função de abertura de processo
O prefeito de Flores, Lídio Scortegagna (MDB), explica que a demora ocorre em função da necessidade de abrir processo licitatório para economizar recursos públicos. Se a prefeitura contratasse uma empresa de forma emergencial, a obra sairia por R$ 230 mil. Com licitação, vai custar R$ 128 mil.
— Fizemos orçamentos e percebemos disparidade de preços. Se a obra fosse feita em caráter emergencial, o custo seria muito elevado. Optamos pela licitação para que os custos sejam mais viáveis.
Os envelopes serão abertos a partir das 9h desta terça-feira (21). Ele afirma que, assim que a empresa for contratada, começam os trabalhos para que a obra seja executada:
— Se tivermos empresa vencedora, temos certeza que, em no máximo cinco dias, teremos uma equipe e equipamentos trabalhando para concluir a obra e tranquilizar a nossa comunidade. O prazo, a partir da assinatura da ordem de início, é de um mês para finalizar os trabalhos.
Na rua paralela à cratera, a Barros Cassal, o calçamento de paralelepípedo também cedeu. O prefeito ressalta que isso ocorre em função das tubulações serem antigas no local:
— Todas as vias, devido ao uso e ao tempo em que foram executadas, acabam caindo. Às vezes, o município tem as máquinas e efetua a obra. Acredito que o buraco seja bem menor e vamos conseguir efetuar o serviço.
O trecho na via será interrompido a partir desta segunda-feira (20).
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