Equipes da DKV Perfurações e da Encopav, responsáveis pelas obras de desobstrução da RS-122, em Farroupilha, começaram neste domingo (1) a segunda etapa de perfurações para a colocação de explosivos na encosta. Agora, as equipes se concentram no canto sul da rocha, ponto do terreno onde ocorreu o desmoronamento na noite de 4 de novembro. A expectativa é de que, nesta fase, a quantidade de furos seja menor e eles sejam menos profundos, com cerca de 10 metros, em vez dos 15 metros do canto norte.
Ainda assim, os funcionários têm encontrado dificuldades devido às fissuras que existem na rocha. Quando a broca encontra esses pontos, ela acaba desviando ou trancando, o que exige ajustes por parte do operador da perfuratriz. Essas rachaduras, características naturais de pedras basálticas, também facilitam a infiltração da água, o que provoca os deslizamentos.
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As equipes trabalharam ao longo do sábado (30) e do domingo (1) para adiantar o trabalho de perfuração. O primeiro furo de sábado, porém, ainda não havia sido finalizado por volta do meio-dia. Além das dificuldades com a rocha, uma parte da broca acabou quebrando, o que demandou tempo para conserto. O dia fechou com seis perfurações concluídas e, no domingo, foram realizadas outras oito. Na manhã desta segunda-feira (2), as equipes conseguiram abrir outros três furos, o que totaliza 49 desde a última segunda-feira (25), quando a perfuratriz começou a atuar.
Ainda não há previsão de quando devem ocorrer as detonações, já que a implantação dos explosivos também exigirá tempo, devido ao transporte manual do material para o topo da encosta. Depois das detonações, vai ser necessário recolher o material que cair sobre a pista. Dessa forma, não há expectativa de que o trânsito seja liberado antes de quarta-feira (4), quando o bloqueio da rodovia completa um mês.
Sinalização
Motoristas têm relatado deficiências na sinalização que indica o bloqueio da RS-122 em pontos mais distantes do km 43. Na manhã desta segunda, a reportagem observou pelo menos um carro passando pelas barreiras de cones e seguindo até o ponto do deslizamento. Como a estrada não dá passagem devido ao material na pista, não há outra alternativa a não ser voltar e adotar outro caminho para seguir viagem.
Para o motorista que segue de Caxias do Sul a São Vendelino, são dois pontos com indicações de que o trânsito está interrompido. O primeiro fica no entroncamento da RS-122 com a RS-453, na saída de Farroupilha para Porto Alegre. Cones e uma faixa na alça de acesso para São Vendelino informam o bloqueio e o desvio pela RS-446. Uma segunda barreira, com cones, foi implantada no entroncamento da RS-122 com a RS-826, que liga Farroupilha a Alto Feliz.
Na subida da Serra, há sinalização próximo ao viaduto com a RS-446 e poucos quilômetros antes do ponto do deslizamento. Outro indicativo de que a rodovia está bloqueada é o fluxo praticamente inexistente na rodovia - que, em situação normal, é uma das mais movimentadas do Rio Grande do Sul.
O governo do Estado irá avaliar medidas para reforçar a sinalização na estrada.