O julgamento do Caso Magnabosco deve ser retomado nesta quarta-feira (27) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Se trata da ação rescisória movida pelo município para tentar deixar de réu no processo que envolve a área de 57 mil metros quadrados que a família Magnabosco doou, em 1966, para construção da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O terreno acabou não sendo utilizado para a finalidade para qual foi destinado e, sim, ocupado por centenas de moradores, dez anos depois, dando início ao bairro Primeiro de Maio, na área central da cidade. O litígio que se arrasta há 50 anos.
Leia mais
Julgamento do Caso Magnabosco é remarcado para o dia 27 de novembro, em Brasília
Caso Magnabosco estará em pauta pela sexta vez no STJ nesta quarta-feira
Depois de ter sido condenado, o município ingressou com a ação rescisória, solicitando a retirada do polo passivo, em uma tentativa de não ter de pagar a indenização, que, em valores atualizados, segundo a defesa dos Magnabosco, chegaria a R$ 820 milhões. Se confirmado, o montante seria o equivalente ao dobro do orçamento da Educação do município para o ano que vem (R$ 404.860.108,36) e quase 60% do orçamento do Executivo para 2020 (R$ 1.447.902.655,85).
Prestes a completar um ano desde a abertura da votação, em 12 de dezembro de 2018, a expectativa é pelo voto do ministro Luiz Alberto Gurgel de Faria, que pediu vista na última sessão. Com placar de três votos contrários ao município e outros dois parcialmente procedentes à ação, um parecer favorável à prefeitura empatará a questão. Nesse cenário, o presidente da 1ª Seção dá o chamado voto de minerva. Se o voto de Gurgel de Faria for contrário ao recurso ao município, automaticamente favorecerá a família Magnabosco, dando continuidade à cobrança da dívida.
A retomada do julgamento chegou a ser marcada para o último dia 13 deste mês mas a sessão foi cancelada em função da XI Cúpula do Brics, em Brasília. Evento que reuniu chefes de governo do Brasil, da Rússia, Índia, China e África do Sul na Capital Federal.