A preservação do Moinho Covolan, em Farroupilha, passa por discussão junto à comunidade de Farroupilha pelo menos desde 2013. A estrutura histórica que era utilizada para a preparação de trigo entre 1940 e 1980 está no centro de uma disputa judicial que envolve os 16 proprietários do prédio. De um lado está um dos herdeiros, Gustavo Covolan, que visa evitar a venda do terreno a partir da aprovação do tombamento; do outro, boa parte dos demais descendentes da família que hoje dividem a posse do antigo moinho, que são são favoráveis à venda. O terreno já passa por processo de leilão, que deve ocorrer até o final do ano.
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O prefeito de Farroupilha Claiton Gonçalves (PDT) se mostra favorável ao tombamento, mas avalia que a disputa pelo terreno deve ser resolvida antes que a prefeitura leve o processo de preservação adiante.
— A promoção de um status de tombamento de uma condição não pacificada entre a família pode levar décadas. Então não é bom nem para a preservação do próprio moinho nem para osinteresses econômicos da família. Nós gostaríamos de ver aquele moinho em pé, sendo uma prova viva da história da cidade, mas a família precisa fazer sua parte para o processo avançar — destaca o prefeito.
O herdeiro que visa garantir a preservação, Gustavo Covolan, também é fundador da Associação Cultural Moinho Covolan, criada em 2017 para assegurar a preservação. Segundo ele, um abaixo-assinado organizado pelos membros da entidade até agora reuniu aproximadamente 6 mil adesões. Covolan é cuidador do prédio há cerca de 27 anos e teme que seja demolido para a construção de um outro empreendimento no local.
— Estou praticamente sozinho (dentre aqueles que possuem a posse do imóvel). Tenho tios que apoiam, mas que já venderam suas partes. Tenho uma prima que está mudando de ideia diante da repercussão do caso. Da comunidade, bastante gente apoia — diz.
O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural deve analisar o pedido de tombamento encaminhado pela Associação na semana que vem. O processo foi protocolado em maio na prefeitura. Segundo a presidente do grupo, Simone Buscaino, a análise dos nove conselheiros vai se basear em critérios estritamente técnicos, buscando identificar a relevância histórica do espaço para a comunidade da região. O parecer servirá como recomendação ao prefeito para a tomada de decisão a respeito do tema.
Além disso, também foi encaminhado, em agosto, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural do Governo do Estado (IPHAE), um pedido de tombamento. Em ofício, a diretora do órgão, Renata Horowitz, recomendou a preservação da estrutura. O parecer técnico afirma que “o destaque do antigo moinho no tecido urbano, que pode ser considerado um marco urbano, um ponto de referência da cidade, e suas características representativas, recomendamos o tombamento municipal do imóvel”.
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