Moradores da Vila Ipiranga, no bairro Cristo Redentor, em Caxias do Sul, reclamam do bloqueio da Rua Primo Antonio Bertoletti, que fica próximo ao km 152 da BR-116, desde setembro do ano passado, quando a terceira faixa da rodovia foi concluída. Eles tentaram buscar solução junto a vários órgãos públicos, mas até esta sexta-feira o acesso continuava bloqueado. O metalúrgico Aldinir Ruppenthal, 42 anos, conta que a informação é de que, antes de liberar a via é preciso trocar um poste, pois a fiação estaria baixa.
– É um jogo de empurra-empurra. Fizeram a pista extra na BR-116 e a rua ficou bloqueada desde que terminaram a obra. A RGE quer cobrar para trocar o poste e a prefeitura não quer pagar pela substituição. Aí fica nesse jogo e os moradores são os mais prejudicados – reclama.
Com o bloqueio, o trânsito fica tumultuado na região.
– Fica tudo congestionado na entrada da Marcopolo/Planalto. Na hora de pico é um tumulto. Tem uma empresa na curva, onde estão as pedras e os caminhões que fazem as entregas podiam sair por aquele acesso, mas não dá. Não temos mais a quem recorrer.
O empresário Marcos Fabiano Deliz, 35, também endossa a situação:
– Estamos com dificuldade para sair do bairro. O bloqueio provoca um transtorno enorme aos moradores e empresas. Depois das 16h é um caos. Precisamos que a via seja liberada.
Procurado por moradores, o vereador Rafael Bueno (PDT) foi ao Ministério Público Federal (MPF) apresentar a situação ao procurador Fabiano Moraes. Isso depois de inúmeras tentativas para que o tráfego fosse liberado. Segundo o vereador, a Secretaria de Obras alegou que a Secretaria de Trânsito seria responsável já que era preciso sinalização.
– A rua foi sinalizada, mas o bloqueio seguiu. Procurei a Secretaria de Planejamento e recebi a informação de que estariam providenciando a desobstrução da via, mas nada foi feito.
Segundo Bueno, ele buscou informações no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que informou que o poste de energia elétrica é que deveria ser trocado, pois atrapalha a passagem de caminhões e ônibus. A RGE afirmou que a troca será providenciada assim que a prefeitura solicitar e que o custo é de R$ 6 mil.
Temor por roubos e assaltos
Não é somente o acesso bloqueado que tem tirado a tranquilidade da comunidade, mas também a falta de segurança, já que o local se tornou perigoso, devido a presença de assaltantes que se escondem atrás das pedras, conhecidas como gelo baiano. Moradores relatam que assaltantes têm surpreendido os pedestres que descem dos ônibus do transporte coletivo na BR-116 e precisam passar pelo local.
Luzia de Oliveira Falcão, conta que sua nora foi assaltada por um homem que se escondeu atrás das pedras:
– Está perigoso passar pela nossa rua. No final do dia, eles (os assaltantes) ficam atrás e saltam quando as pessoas passam. Nem deu tempo dela gritar para pedir socorro. Ficou traumatizada, e não faz mais esse caminho sozinha.
Luzia ressalta ainda que os moradores estão preocupados:
– A maioria do pessoal que mora na Rua Primo Antonio Bertoletti já reclamou e está tentando encontrar uma saída para essa situação. Para sair de carro, precisamos fazer a volta na rua de cima, e agora piorou porque é escuro ali, e estamos com medo.
Contrapontos
:: O que diz o município
A Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) informa que está em tratativas com a RGE para substituição dos postes de energia instalados entre os quilômetros 151 e 152 da BR-116. Ainda não há prazo para que ocorra a remoção e a posterior troca dos equipamentos com o objetivo de viabilizar a liberação do trânsito em uma alça de acesso à rodovia no bairro Cristo Redentor. O custo para a substituição dos postes será de responsabilidade do município.
:: O que diz o Dnit
Por meio da unidade de Vacaria, o departamento afirma que o acesso à Rua Primo Antônio Bertoletti, na BR-116, esta sob gestão da prefeitura de Caxias do Sul, que está tratando com a RGE para que providencie o projeto de erguimento de redes e liberação da rua.
:: O que diz RGE
A empresa informa que a obra neste trecho da BR-116 modificou a altura da pista, fazendo com que os cabos das empresas de telefonia, TV a cabo e internet, ficassem mais baixos. Segundo a RGE, cabe ao executor da obra na rodovia solicitar à distribuidora de energia as alterações necessárias na rede e arcar com os custos necessários para a sua execução, conforme prevê a regulação do setor elétrico.
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