O número de flagrantes de condutores trafegando acima da velocidade permitida em vias de Caxias do Sul quase dobrou no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme a Secretaria de Trânsito de Caxias, foram 5.664 casos constatados pelo radar móvel entre janeiro e junho, contra 2.923 ocorrências do primeiro semestre de 2018.
Segundo o titular da pasta, Cristiano de Abreu Soares, não houve aumento na frequência das fiscalizações, mas sim no comportamento abusivo dos condutores.
— Na verdade, a quantidade de operações está igual. Inclusive, pretendemos aumentar a frequência por conta disso — afirma.
Soares comenta que a maioria dos excessos é flagrada nas perimetrais de Caxias do Sul, mas também há casos em ruas de bairros sem tanto movimento, onde, segundo ele, eventualmente ocorrem rachas entre motos e carros.
Conforme a estatística da Secretaria, o maior excesso identificado em quatro anos de operação com o radar móvel foi de 162 km/h, velocidade flagrada em maio na Perimetral Norte, onde o limite permitido é de 60 km/h.
Na noite desta quinta-feira (11), na mesma via, o radar móvel flagrou um veículo trafegando a 124 km/h.
— Alguns motoristas dizem que podem trafegar a velocidades maiores porque o carro tem capacidade para isso. Isso é um grande egoísmo, porque o motorista só pensa nele, e azar é do mundo, do entorno, dos pedestres, dos carros que estão entrando na via. O que define o limite não é a capacidade efetiva da via, mas o contexto como um todo. Há pontos nas perimetrais com casas muito próximas do asfalto — comenta, destacando o número de mortes no trânsito da cidade que, neste ano, superou o dobro do ano passado no primeiro semestre.
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O secretário acrescenta que os pontos onde a fiscalização se encontra com frequência são os locais com maiores índices de acidentes. Ressalta que, as vias monitoradas são divulgadas semanalmente, argumentando que os motoristas não podem alegar que são surpreendidos pelas ações.
Sobre os recursos das multas, afirma que são aplicados estritamente em questões de trânsito, com medidas como sinalização e dispositivos de semáforo inteligente, além de ações educativas.
— O dinheiro não vai para pagar o 13º de fiscais, como alguns dizem, ou para a secretaria. Também não pode ser aplicado em outras áreas. Meu sonho é que nenhum auto de infração fosse feito. Infelizmente, o motorista só muda o comportamento quando sente no bolso — diz.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a multa para quem excede o limite de velocidade varia entre média, grave e gravíssima, calculada entre R$ 130,16 e R$ 880,41. Nos casos de multa gravíssima, o motorista perderá o direito de dirigir, que pode variar entre dois e seis meses. Se for reincidente, a suspensão dé de um ano.