A equipe Tecnoway da Escola Caminho do Saber, de Caxias do Sul - premiada no torneio de robótica Plan Ceibal FLL Open International, no Uruguai - contou com a participação de quatro alunas. De acordo com a professora que coordena a atividade, desde que foi fundada, a equipe sempre teve participação majoritária de meninos e, pela primeira vez, metade da equipe foi composta por meninas.
— Aos poucos, o interesse em robótica entre as meninas está aumentando e elas estão querendo fazer parte da equipe — conta.
A estudante Roberta, de 13 anos, uma das mais jovens do time, ingressou no final do ano passado e, pela primeira vez, participou de um torneio fora da escola.
— É uma experiência completamente diferente, consigo aprofundar mais o conhecimento — comenta a estudante, que diz estar focando nesta atividade durante o contra turno escolar. Mesmo com a vontade de cursar medicina no ensino superior, Roberta acredita que a robótica será uma importante aliada no futuro.
Ela conta que acabou se interessando pela área após acompanhar o irmão mais velho, que faz parte da equipe desde 2014. O mesmo aconteceu com as outras integrantes. Elas entenderam que também poderiam fazer parte desse universo, mesmo que o senso comum ainda encare a robótica como uma atividade de exclusividade masculina. Em um círculo formado durante a entrevista, elas fizeram questão de comentar o assunto:
— Eu estou puxando as gurias da minha turma — conta Luiza, que é filha de Alexandra e acompanhou a equipe desde quando era criança.
— É um ambiente que não tem muitas meninas, por isso acham que não é lugar — comenta Maria Eduarda.
— Elas não vêm meninas e aí acham que é coisa de menino — sublinha a colega do time, Érica.
— A nossa presença na equipe acaba quebrando esse paradigma — conclui Roberta.