Poliana Almeida da Silva, de 22 anos, registrou ocorrência na Polícia Civil na noite deste domingo (3) na qual afirma que teve atendimento negado para o filho de dois anos e dois meses na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte, em Caxias do Sul. Segundo o relato da mãe, ela se dirigiu ao local por volta das 19h para buscar socorro para o filho, que derrubou uma térmica com leite quente nas costas. Quando chegou à UPA, ela conta que, ao mostrar o ferimento para a atendente responsável pelo encaminhamento de consultas, foi informada de “que não tinha mais lugar ali” e “que teria que buscar um outro local” para ter o filho atendido.
— Meu filho estava brincando e deu um tapa na garrafa térmica e acabou virando em cima dele. Saí correndo para a UPA e mostrei o ferimento para a atendente, e ela disse que não podia fazer nada, que estava com superlotação. Eu disse que não era um corte qualquer, mas uma queimadura grave, e ela respondeu: “quer que eu faça o quê?” — relata a mãe.
Indignada com a situação, Poliana afirma que foi até a unidade da Brigada Militar no bairro Cinquentenário para pedir ajuda dos policiais militares. Segundo ela, somente a partir da intervenção dos PM’s ela conseguiu encaminhar o filho para uma consulta. De acordo com ela, eles tiveram que acompanhá-la até a UPA para verificar se o atendimento estava sendo realizado.
— Para eu conseguir consulta foi necessário a polícia entrar no posto, até começarem o atendimento. É uma situação constrangedora. O rapaz da Brigada questionou o motivo de não realizarem o atendimento e eles não souberam dizer, nem identificar qual era a atendente, porque na hora em que cheguei já tinha trocado o turno — afirma Poliana.
Desde que foi atendido, na noite deste domingo, até o início da tarde desta segunda, o menino permaneceu em estado de observação na UPA, em companhia da mãe, esperando para ser transferido para um leito do SUS em Caxias do Sul.
A Brigada Militar confirmou que esteve presente na UPA da Zona Norte para garantir o atendimento do filho de Poliana. Segundo o sargento Marcos Amaral, houve o deslocamento dos policiais até a unidade de saúde e, a partir do momento em que eles chegaram à UPA, o atendimento foi efetuado.
Contatada pela reportagem, a Secretaria da Saúde afirma que vai apurar o que aconteceu. Segundo a assessoria de imprensa, não houve registro da primeira entrada da criança na UPA. A Secretaria afirmou que impedir o acesso de pacientes jamais é o procedimento adotado em qualquer circunstância e vai buscar ter conhecimento de como a situação ocorreu a partir de imagens de câmeras de segurança do local para identificar a atendente que teria impedido o acesso à consulta.