A empresária Adilce Luchtemberg, 79 anos, morreu na segunda-feira (17) no Hospital da Unimed, em Caxias do Sul. Ela estava internada desde a noite de sábado (15), após sofrer um aneurisma cerebral.
Conhecida por ser a fundadora da tradicional casa noturna Chardonnay - A Rainha da Noite, Adilce morreu 37 dias depois de sua filha, a também empresária Márcia Cappelletti, dona da danceteria Libertá. Márcia, que tinha 53 anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 5 de maio, ficando internada no Hospital da Unimed até sua morte, na madrugada do dia 11.
A paixão de Adilce pela música — sobretudo o tango — foi cultivada desde a infância, quando seu pai administrava um "salão de baile" em Meleiro (SC), sua cidade natal. O sonho de abrir uma pizzaria dançante, no entanto, foi concretizado anos mais tarde, em agosto de 1985, já em Caxias do Sul. Inaugurada como Chandon, a casa era voltada especificamente ao ritmo argentino e rapidamente ganhou notoriedade na região.
No início, Adilce buscava os clientes em suas próprias casas utilizando um carro particular. A mudança de nome para Chardonnay - A Rainha da Noite se deu alguns anos depois, e o local se consolidou como um ambiente de dança e confraternização para o público maduro.
Amigo da família de Adilce desde os anos 1980, o presidente do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho (SEGH), Vicente Homero Perini Filho, lamentou a perda e destacou a importância da Chardonnay para a cena noturna caxiense.
— Foi uma pessoa muito importante. Foram muitos anos no comando da Chardonnay. Não por acaso que Adilce ficou conhecida como a Rainha da Noite. Ela soube administrar sua casa noturna e manter uma identidade própria. Adilce foi uma vencedora e vai fazer muita falta — lamentou Perini Filho.
Por sua vez, o colunista social do Pioneiro, João Pulita, ressaltou que a danceteria se notabilizou pela fidelização do público e por se apresentar como "um ponto de convergência em que o respeito era condição primordial":
— Adilce foi protagonista de um ambiente muito peculiar em Caxias, servindo de palco para pessoas que buscavam um ambiente saudável e respeitoso para dançar. A Chardonnay também se notabilizou por fomentar muitos grupos de baile na cidade — pontuou o colunista.
Em 34 anos, o palco da Chardonnay recebeu nomes de peso da música brasileira, como Moacyr Franco, Agnaldo Rayol e a dupla Teodoro e Sampaio. Nomes da música regional, como Os Monarcas e Gaúcho da Fronteira também fizeram passagens pela danceteria.
O velório de Adilce ocorre na Capela A do Memorial São José de Caxias do Sul, a partir das 7h desta terça. O sepultamento será realizado às 10h de quarta-feira no Cemitério de São Luiz da 6ª Légua.
Além de Márcia, morta mês passado após sofrer um AVC, ela deixa os filhos Paulo e Carlos, cinco netos e três bisnetos.