Após ser perseguida e agarrada pelo motorista de um Uno na tarde da quinta-feira (4) em Caxias do Sul, a adolescente de 14 anos foi à Polícia Civil, acompanhada pela mãe, registrar ocorrência. A vítima mora a pouco mais de quatro quadras do colégio onde estuda, no bairro Cidade Nova, e a abordagem foi feita em uma rua transversal à escola. Segundo a mãe, as tentativas por parte do criminoso começaram na última sexta-feira. Na ocasião, o homem jogou beijos, assoviou e convidou a jovem para entrar no carro.
— Depois disso, eu disse: 'Filha, presta atenção se esse carro voltar a aparecer'. Eu orientei que ela pegasse uma rua movimentada, e às 12h50min sempre tem movimento de trabalhadores. Não são nem cinco quadras entre nossa casa e a escola — desabafa a mãe.
A situação se agravou na chegada da escola na tarde de quinta. A menina teria sido forçada a entrar no carro, agarrada pela cintura, mas agiu rápido: antes mesmo do homem embarcar no banco do motorista, ela conseguiu escapar do carro e passou correndo por colegas. Como era dia de prova escolar, a jovem foi para a sala de aula, e os professores teriam percebido a angústia dela. A vítima foi chamada para conversar com a direção, segundo a mãe. Mas os professores estavam atendendo a outra ocorrência entre alunos, inclusive com a presença da Guarda Municipal, o que teria feito que a aluna não repassasse o caso completo à direção.
A menina também teria contado o caso na sexta-feira para guardas municipais que patrulhavam o entorno da escola, de acordo com a mãe. No carro havia fotos de mulheres nuas, um urso de pelúcia com um coração e uma lata de cerveja. Ele usava uma máscara preta, semelhante a de uso hospitalar, que cobria a boca e parte do rosto.
— Na inocência dela, ela acreditou que estava sendo confundida com uma prostituta, porque o carro estava cheio de fotos de mulheres no interior. Também tinha um bichinho de pelúcia com um coração e uma lata de cerveja — lembra a mãe.
Não é a primeira vez que a jovem é vítima de assédio, já que vivenciou situação parecida no ano passado, quando estava no ônibus na companhia da mãe. A cena vivida pela adolescente na tarde da quinta-feira, no entanto, criou um alerta para a família da jovem: ela não deve ir à aula nesta sexta. Na próxima semana, só irá acompanhada por familiares.
— Meu mundo desabou. Minha filha poderia ter sido mais uma Naiara. Espero que haja mais ronda no entorno das escolas, que algo seja feito pela segurança de todos os nossos filhos — desabafa.