O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre confirmou oficialmente que a origem da explosão seguida de incêndio no edifício Veneto, em Farroupilha, no dia 26 de dezembro do ano passado, foi um vazamento de gás. Essa é a principal conclusão do relatório emitido nesta quarta-feira (06), que expõe as possíveis causas com base em três dias de investigação dos peritos junto à estrutura do edifício.
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Segundo a diretora geral do instituto, Heloisa Helena Kuser, o armazenamento inadequado de botijões de gás em um apartamento do terceiro andar do prédio é um dos fatores mais prováveis da explosão. Embora o edifício disponha de canalização de gás central, os moradores utilizavam dois botijões de gás.
O laudo aponta que um dos recipientes estava com a válvula que regula a saída de gás vencida desde 2010, além de estar posicionado no interior de um móvel de madeira.
— Os botijões estavam em local inapropriado de acordo com as medidas de segurança. Se acontece um vazamento na válvula, o gás vai acumulando e qualquer faísca pode acionar uma explosão, ainda mais em um ambiente fechado - destaca Heloisa.
A diretora-geral do IGP não descarta, no entanto, que a ignição tenha ocorrido a partir da própria rede de gás central da edificação. Ela destaca, porém, que apesar do laudo apontar o vazamento como causa, não é definitivo em afirmar se foi por conta dos botijões ou da rede de gás. Esse trabalho está vinculado à conclusão do inquérito em andamento na Polícia Civil de Farroupilha. Os resultados do laudo foram encaminhados à Polícia ainda na quarta-feira e vão ser um fator importante para buscar essas respostas.
Para o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Morale, o laudo traz uma série de esclarecimentos que vão embasar as próximas etapas da investigação.
— Vou me basear no laudo para ouvir as próximas testemunhas, para apurar se foi um acidente ou se alguém deve ser responsabilizado. O inquérito deve ser finalizado ao longo dos próximos dois meses – destaca Morale.
Dos 16 apartamentos que foram interditados após o incidente, 11 já voltaram a ser ocupados. A liberação dos apartamentos que estiveram no núcleo da explosão depende de laudo técnico dos engenheiros responsáveis pela obra.