De cinco anos para cá, não somente a Praça Dante Alighieri segue concentrando os pombos. Nos últimos meses, em um trecho da Avenida Júlio de Castilhos, quase na esquina com a Rua Borges de Medeiros, é comum presenciar a revoada das aves e a presença delas nos fios de energia. Possivelmente, a presença das aves tenha ligação com uma fonte de alimento: dona Idiati mora na avenida e já foi vista despejando diariamente comida para os pombos em vários pontos da Júlio. Embora seja considerada uma prática ilegal, a prefeitura nunca conseguiu impedi-la.
Porém, não seria apenas ela a cometer a irregularidade, de acordo com relatos de comerciantes das imediações, adianta a veterinária Marcelly Paes.
— Tem uma senhora que mora em um dos prédios que joga macarrão e arroz para as pombas. Ela arremessa do próprio apartamento. Às vezes, até cai na cabeça de pessoas, sem contar a porquice que fica no chão — comenta um lojista que preferiu não se identificar.
Quatro estabelecimentos abordados pelo Pioneiro reclamaram que a presença das aves atrapalha as vendas.
— Ninguém toma atitude nenhuma. Fica tudo sujo e a gente que lida com comida é especialmente prejudicado por isso — protesta Valmor Berzaghi, dono de um bar.
Entre os mais incomodados com a situação está um hotel na Rua Borges de Medeiros, que sofre com avaliações negativas constantes de clientes quanto a visitas indesejadas de pombos nos quartos, na recepção e até no restaurante.
_ Quando você vê, tem pomba aqui na recepção. As laterais do prédio estão infestadas. Entra pombo por tudo, e eles defecam na cabeça de muitas pessoas que passam pela calçada _ comenta o recepcionista Edson de Almeida.