Pouco se sabe sobre a vida da vítima do primeiro homicídio de 2019 em Caxias do Sul. Ainda sem identificação, João, como era conhecido pelas poucas pessoas que interagiam com ele, foi encontrado morto com uma perfuração na cabeça e o corpo parcialmente queimado na manhã desta quinta-feira.
O cadáver estava junto a uma cama em um pequeno quarto improvisado, numa peça de uma antiga lavagem de carros na Rua Irmão Gildo Schiavo, no bairro Ana Rech.
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Quem o encontrou foi um caminhoneiro que mora a algumas quadras do local e deixa seu veículo estacionado durante a noite no terreno.
— Ele não morava ali, mas ia dormir às vezes, ele e o amigo dele. Tinha visto eles juntos à noite (de quarta-feira), quando deixei o caminhão — comentou o homem, que preferiu não se identificar.
Na manhã desta quinta, no entanto, ao ir buscar o veículo, ele notou que havia algo de anormal.
— A porta estava aberta e tinha um silêncio estranho. Decidi ir verificar e encontrei o corpo dele lá, ensanguentado — complementa.
Ao informar a polícia sobre o homem que compartilhava o quarto com a vítima, as buscas ao suspeito se iniciaram. Menos de uma hora depois, o homem 34 anos foi localizado no bairro Serrano. Com as roupas ainda ensanguentadas, ele confessou o crime. O autor relatou que o assassinato teria tido origem de uma briga após ambos ingerirem bebida alcoólica. A arma do crime não foi localizada.
— Ele afirmou que só teria desferido socos contra a vítima. Porém, a perícia confirmou que havia um ferimento na cabeça por objeto cortante, provavelmente um facão — comenta o titular da Delegacia de Homicídios de Caxias, Rodrigo Kegler Duarte.
Com relação às queimaduras no corpo, o suposto autor informou à Brigada que a própria vítima havia se queimado com óleo diesel.
Nas imediações da antiga lavagem, casas desabitadas dão o ar de abandono da região. Os vizinhos mais próximos ao local dizem desconhecer a vítima, que era tida como morador de rua.
— Eu conversava com ele às vezes. Era gente boa. Nunca ouvi de ele cometer crime nenhum, assaltar ninguém nem nada. Tinha dias que até me ajudava a carregar o caminhão — relata a testemunha.
A identidade da vítima vai ser confirmada por meio de exame de papiloscopia.