O caos voltou a dar as caras na Estação Férrea de Caxias do Sul e a ação expôs, novamente, o descumprimento de uma regra recente imposta pela prefeitura de Caxias, a proibição do estacionamento à noite na Rua Augusto Pestana. A medida, que vigora desde setembro, havia sido solicitada pela Brigada Militar (BM) e secretaria do Urbanismo para tentar diminuir a concentração de pessoas e carros no Largo da Estação Férrea, o que causa barulho excessivo de veículos com música alta e registros de baderna durante a madrugada. No sábado à noite, houve depredação, briga generalizada e tumulto até o amanhecer do domingo.
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O estacionamento é proibido das 23h às 6h para o trecho da via entre as ruas Coronel Flores e Marechal Floriano, no bairro São Pelegrino. Segundo o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Cristiano de Abreu Soares, a responsabilidade de fiscalizar o trecho à noite é da Brigada Militar (BM), já que a Fiscalização de Trânsito não tem efetivo após a meia-noite até 6h30min - quase todo o período em que vigora a proibição do estacionamento. Paralelo a isso, ações de força-tarefa que uniam órgãos como Trânsito, BM e a Guarda Municipal não são vistas pelos moradores com tanta frequência na Estação.
— Nós não temos como manter a ação focada na Estação Férrea porque não estava surtindo efeito no resto da cidade. A gente atendia apenas em um local e deixava o resto descoberto. Como não vinha acontecendo, de fato, nada que mostrasse a necessidade de manter lá, a fiscalização de trânsito tornou a operação itinerante, em outros pontos. Neste domingo, nós fomos em postos de gasolina, por exemplo — explica Soares.
Não há nova força-tarefa planejada pela secretaria de Trânsito e nem pela Guarda Municipal, conforme o diretor interino do órgão, Cristiano Marcos Vitali. Uma operação chamada Largo da Estação foi criada no ano passado e implementada pela Guarda Municipal, lembra Vitali, mas não foi mantida por falta de efetivo.
— A gente não conseguiu mais dar atenção desde o ano passado por falta de gente. A cidade é muito grande, a gente precisa fazer segurança num local de grande aglomero de pessoas muitos guardas. Várias vezes os jovens investiram contra os guardas na Estação durante esta operação. A única saída é se houver união de forças de segurança novamente — defende Vitali.