A rede pública de saúde de Caxias do Sul entrega a mulheres cerca de 1,2 mil cartelas de anticoncepcionais por mês. A retirada é feita nos postos de saúde mediante apresentação de receita, que tem de ser fornecida em consultas no SUS e tem validade de um ano. As pílulas são oferecidas tanto na opção só com progesterona quanto a combinada entre hormônios que inibem a ovulação.
Conforme o diretor técnico do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher, Fernando Vivian, esse é o método contraceptivo mais utilizado no município. Mas o SUS oferece também alternativas como o anticoncepcional injetável, o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre, a camisinha masculina e feminina, a laqueadura e a vasectomia. Para populações de alta vulnerabilidade, como usuárias de drogas ou moradoras de rua, além de adolescentes que engravidaram antes dos 17 anos, o SUS fornece ainda implante de liberadores de hormônios sob a pele. Segundo Vivian, esse método é mais caro e, por isso, há restrição do público-alvo.
Em casos em que não houve a prevenção, é possível usar a contracepção de urgência. Entre janeiro e agosto, foram dispensadas, por exemplo, 45 pílulas do dia seguinte. Embora tenha sofrido um período de falta por causa de não distribuição por parte do fornecedor, o médico considera que a baixa distribuição tem mais a ver com o planejamento familiar.
— Quanto menos se usar a contracepção de emergência, mais eu sei que as pessoas estão fazendo uso de contraceptivo regular — comenta.
O ginecologista salienta que o ideal é que a pílula do dia seguinte seja utilizada apenas em casos em que houve falha de outros formas de prevenção da gravidez, como o rompimento do preservativo.