O atual Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão), que passará a se chamar Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central 24 Horas, reabrirá após a reforma, em maio de 2019, com nova equipe. A gestão dos servidores da nova unidade, de nível III, está em análise, mas o formato de gestão compartilhada _ igual ao já firmado na UPA Zona Norte, em que a prefeitura licita uma empresa que passa a ser responsável pelos funcionários _, é considerado.
A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira em coletiva do prefeito Daniel Guerra (PRB) para tratar sobre as obras do Postão. Segundo reiterou Guerra, os médicos que hoje atendem no Postão serão distribuídos pelas unidades básicas de saúde (UBSs) e não retornarão mais à equipe da nova UPA.
— O reforço de médicos e demais profissionais na rede de atenção básica é um caminho sem volta. Não faz sentido falarmos que iremos reforçar as equipes das UBSs e depois tirar estes profissionais. Precisamos avaliar o nível de comprometimento da receita do município para saber se é possível contratar estes novos profissionais via concurso público — afirmou o prefeito.
A reunião com a imprensa, que também teve a presença de secretários, era um dos passos previstos no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para esclarecer à população a reforma do Postão. A unidade deixará de receber pacientes a partir do dia 17, próxima quarta-feira. A medida foi comunicada aos servidores da saúde na noite da terça-feira.
Com a transferência dos 106 médicos para os bairros, a prefeitura implantaria, de certa forma, o programa UBS+, barrado pelo Conselho Municipal da Saúde (CMS) em dezembro de 2017. O projeto previa a divisão da cidade em territórios e a alocação de mais profissionais às UBSs, garantindo atendimento multidisciplinar já na porta de entrada do sistema. A prefeitura já divulgou que as cinco UBSs que se tornarão referência receberão reforço de três médicos cada, com atendimento até 21h e ampliação de 48 consultas diárias.
— Se for preciso, e o TAC nos autoriza, iremos buscar toda e qualquer reposição de servidor na iniciativa privada — explicou o secretário interino de Saúde, Júlio César Freitas de Rosa.
No final da tarde desta quarta, fileiras de cadeiras vazias indicavam que, além da procura pelo Postão já ter apresentado sinais de redução, os pacientes desistiam diante de tamanha espera. Apenas um médico esteve atendendo durante a quarta-feira, segundo a recepcionista informou ao Pioneiro.
— Para mim, tanto faz se o Postão está aberto ou não se é desse jeito. Estou esperando há mais de seis horas por uma consulta. Quando reclamei na recepção, me mandaram pegar um ônibus e ir para a UPA — disse Deise Ribeiro, 31 anos, moradora do bairro De Zorzi que procurou o local com febre e mal-estar.