Com o anúncio do fechamento da Casa São Frei Pio, de acolhimento de idosos, a comunidade passou a se perguntar o que aconteceria com os outros quatro projetos sociais mantidos pela Associação Literária São Boaventura, dos freis Capuchinhos, em Caxias do Sul. Segundo a assessora jurídica da associação, Lizandra Mazutti, as iniciativas migraram para a Associação Mão Amiga, também dos Capuchinhos, em 1º de agosto.
Na prática, não haverá descontinuidade ou prejuízo aos beneficiados. Lizandra explica que a medida foi necessária porque a Associação Literária deixou de ter, em junho deste ano, a Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (Cebas), o que antigamente era chamado de filantropia. O documento é fornecido pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e garante isenção de impostos à entidade. A alegação do MDS é de que para ter a certificação a entidade não pode ter uma fonte de renda própria. Ocorre que a Associação Literária tem, ligada a ela, a gráfica e editora São Miguel, que, inclusive, destinava recursos para manter os projetos.
— A entidade sempre cumpriu os requisitos, ocorre que houve uma interpretação dos técnicos, do último ano para cá, que entenderam que a entidade tem que ser somente uma atividade de assistência social não pode ter nada que a sustente — explicou Lizandra.
Sob a coordenação do Mão Amiga, que é certificado até 2021 (a renovação oorre a cada três anos), seguirá sendo feito o atendimento a idosos pelos projetos Centro de Convivência Tia Oli, para 90 idosos, a Casa do Adolescente, para 100 crianças e adolescentes, Centro Dia Paz e Bem, para 35 idosos, e Centro Dia Capuchinhos, para 35 idosos. A maioria dos funcionários foi absorvida pelo Mão Amiga. Em torno de 5%, que representaria entre seis ou sete pessoas não quiseram migrar, em função de perda de benefícios. Como o Mão Amiga se mantém apenas com doações e verbas federais não é possível manter plano de saúde e auxílio alimentação, por exemplo.
Diferente dos demais projetos, a Casa São Frei Pio terá de ser fechada (a previsão é encerramento de atividades em 31 de agosto) porque o Mão Amiga não consegue arcar com as despezas de pessoal, que giram em torno de R$ 6 mil por idoso.