Aos poucos, o enredo que envolve a morte de um personagem icônico morador do antigo casarão que ficava na divisa entre os bairros Rio Branco e São Pelegrino, em Caxias do Sul, vai sendo esclarecido. A declaração de óbito de Antônio Sérgio Borges da Silva, o seu "Cabreira", 76 anos, atesta que a causa da morte dele foi por asfixia. O Pioneiro teve acesso ao documento nesta segunda-feira.
O laudo é emitido pelo Posto Médico-Legal (PML) do Instituto-Geral de Perícias (IGP) de Caxias com base no exame de necropsia feito no corpo da vítima. Nesse caso, mesmo com o cadáver carbonizado, foi possível identificar que a morte foi causada pela inalação de monóxido de carbono (gás presente na fumaça comum) e, em um segundo momento, ocorreram as queimaduras.
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O incêndio que resultou na morte de seu Cabreira ocorreu na noite de 25 de maio deste ano. O casarão de madeira, construído há cerca de 90 anos, onde, no térreo, funcionava uma estofaria e, nos andares superiores, uma pensão, foi totalmente destruído pelas chamas.
O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia Civil. A equipe, coordenada pelo delegado Vitor Carnaúba, já ouviu testemunhas, inclusive hóspedes da pensão e moradores dos arredores. Também foi agregado ao inquérito, o laudo do exame de DNA, realizado pelo Setor de Genética Forense, no Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP em Porto Alegre, que comprovou a identidade da vítima. Contudo, uma peça importante do quebra-cabeça ainda está faltando: o laudo que pode apontar o que causou o início do fogo. Esse relatório é elaborado pela equipe local do IGP e ainda não foi concluído. O prazo para emissão é de até 90 dias a contar da data do fato, ou seja, deve ficar pronto até 25 de agosto.
Além da polícia, a família de seu Cabreira também aguarda a conclusão do relatório para conhecer o desfecho dessa triste história que vitimou o morador do casarão, conhecido e querido pela comunidade, e seu cachorro de estimação, Max.