A preocupação natural de mãe que Catiane Soares Alves, 38 anos, tem em relação à segurança do filho, Guilherme, 20, aumentou nos últimos dias. É que parte do trecho da BR-116 que o jovem utiliza, diariamente, para deslocar da casa onde a família mora, no bairro São Caetano, até a Universidade de Caxias do Sul (UCS), onde ele estuda, está esburacado. Bem mais do que o receio com um dano ao veículo, Catiane teme o risco de um acidente de trânsito, já que para desviar dos buracos, muitos motoristas têm invadido a pista contrária.
– Está tudo esburacado. O que me preocupa é a questão de acidentes. Como tem máquinas trabalhando ali, eles poderiam melhorar a situação da via – disse Catiane.
Os pontos de asfalto danificado ficam perto do acesso ao bairro Planalto, no sentido Galópolis-Ana Rech, único trecho ainda não duplicado da rodovia no perímetro urbano. O pior deles é perto da Rua Emílio Michielon, onde há uma sequência de buracos. Na manhã de sexta, a reportagem flagrou carros e caminhões tentando escapar da buraqueira.
O trecho é o mesmo onde, no sentido oposto, está sendo construída uma terceira faixa no perímetro de 900 metros na rodovia. A obra, que custará cerca de R$ 4 milhões, começou em meados de março e a previsão de conclusão é até o final de agosto. Mas, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o trabalho está atrasado em cerca de um mês e meio.
Segundo engenheiro Daniel Bencke, responsável pela unidade do Dnit sediada em Vacaria, os buracos se formaram porque, em função da obra, o trânsito foi desviado para o acostamento que não tem estrutura apropriada para suportar o fluxo de veículos pesados. A medida foi adotada, segundo o Dnit, para que não fosse preciso fechar a rodovia durante a obra, o que traria mais impacto aos moradores. Além disso, o extenso período de chuvas fez piorar a situação.
– Choveu muito e abriu muito buraco. Já solicitamos um tapa-buracos, mas se estiver muito molhado fica difícil – explicou o engenheiro.
O serviço de manutenção da pista deve ser feito pela empresa responsável pela obra, a FCM.
– Infelizmente, faz parte do transtorno da obra. Se fechássemos aquela via 100% faríamos a obra mais rápido, só que geraria um transtorno muito maior para o município de Caxias. É preciso um pouco de paciência – argumentou Bencke.
Depois da conclusão da terceira faixa, será feito um recapeamento dos trechos danificados nas pistas antigas.