A partir de quarta-feira, a Associação Mão Amiga dá início ao processo de seleção de famílias candidatas a receberem em suas casas crianças e adolescentes que vivem nas casas lares e abrigos de Caxias do Sul. A entidade também vai conduzir a escolha de pessoas que queiram ser padrinhos dos acolhidos.
No projeto Famílias Acolhedoras as crianças e adolescentes que estão afastados temporariamente de suas famílias de origem passarão a conviver com os casais voluntários que serão cadastrados e acompanhados pela entidade. Durante os períodos em que as crianças e adolescentes ficarem na casa das famílias, estas serão responsáveis por manter toda a rotina deles. É importante lembrar que durante esse tempo, a rede de acolhimento seguirá o processo de restabelecimento de vínculos e de recolocação na família original.
— Essa criança ou adolescente foi retirado do seu núcleo familiar por algum motivo. Todo esse trabalho é uma preparação para que, a médio ou longo prazo, ela retorne a sua família de origem — explica Maria Lúcia Bettega, coordenadora do Família Acolhedora.
Já o apadrinhamento é voltado a quem rompeu os vínculos familiares. As pessoas que quiserem participar dessa modalidade poderão fazer isso de três formas: de maneira afetiva por meio de visitas ao acolhido e passeios, por exemplo; colaborando financeiramente com o acolhido; ou prestando serviços conforme a sua área de atuação.
— A pessoa não tem condições de conviver com uma criança ou adolescente na casa dela, mas ela quer ser padrinho ou madrinha de um deles. Então, ela se compromete a assessorar (o acolhido) em alguma questão — exemplifica Maria Lúcia.
A Associação Mão Amiga ficará responsável pela implantação e execução do serviço de família acolhedora e o programa de apadrinhamento pelo período de um ano. Para isso, foi firmado um termo de colaboração com a Fundação de Assistência Social (FAS). A entidade receberá R$ 606.593,33, com recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Entre as atribuições da organização está a captação, formação e acompanhamento dos participantes. A equipe técnica é composta por dois psicólogos, dois assistentes sociais, dois auxiliares administrativos, dois coordenadores (um para cada programa) e um serviços gerais.
A meta é chegar a 12 famílias acolhedoras e 60 padrinhos. À FAS caberá fiscalizar o andamento dos programas. Na última quarta-feira, existiam 178 crianças e adolescentes em 15 casas lares e três abrigos de Caxias.
As pessoas que quiserem obter mais informações ou tiverem interesse em aderir a um desses programas podem procurar a Associação Mão Amiga na sede onde ela desenvolverá as atividades, na Rua Sarmento Leite, 3.070. Por enquanto, não há um número de telefone para contato.
Podem participar pessoas com mais de 25 anos e que não estejam inscritas no cadastro nacional para adoção. Além disso, entre os critérios estão não ter antecedente criminal, não ser dependente químico (bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas) e ter disponibilidade de tempo, entre outros.
COMO SERÁ
Família acolhedora
Proporciona acolhimento provisório para criança e/ou adolescente afastada temporariamente de sua família de origem por medida de proteção solicitada pela justiça.
As famílias acolhedoras serão voluntárias, cadastradas e aprovadas pela Associação Mão Amiga e pela FAS. Podem ser composta por um casal ou uma pessoa solteira, maior de 25 anos, desde que haja um núcleo familiar.
Entre os critérios estão não ter antecedente criminal, não ser dependente químico (bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas) e ter disponibilidade de tempo, entre outros.
As famílias selecionadas poderão ficar com os acolhidos por determinados períodos de tempo _ dias ou semanas _ até dois anos ou mais, em casos de reavaliação.
Nesses períodos, a família será responsável pelas atividades cotidianas e rotineiras (levar à escola, atendimentos de saúde, etc), preservando o vínculo e a convivência entre irmãos e parentes.
As famílias acolhedoras serão acompanhadas por equipe técnica responsável da entidade.
Cada família acolherá uma criança ou adolescente por vez, exceto quando se tratar de um grupo de irmãos. Nesse caso, o número poderá ser ampliado.
A Mão Amiga irá selecionar, cadastrar, fazer a aproximação entre famílias e crianças e/ou adolescentes acolhidos e acompanhá-los no decorrer do projeto.
Apadrinhamento
O programa de apadrinhamento é destinado a crianças e adolescentes que estão em casas lares ou abrigos com situação jurídica definida, vínculos familiares rompidos.
Os voluntários serão cadastrados e aprovados pela Associação Mão Amiga e pela FAS. Podem participar pessoas maiores de 25 anos, que não tenham antecedente criminal, não sejam dependentes químicos (bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas).
O apadrinhamento é dividido em três modalidades: afetivo, provedor e prestador de serviço.
Para ser padrinho afetivo é necessário ter disponibilidade de tempo para participar da vida do afilhado (visitas ao abrigo ou casa lar, eventos na escola e passeios, entre outros); e ter condições de receber as crianças e adolescentes em seus lares esporadicamente.
O padrinho provedor deve dar suporte material ou financeiro para campanhas de lazer, culturais, esportivas e/ou de educação que serão previamente divulgadas pela entidade e beneficiarão as crianças e adolescentes acolhidos.
O padrinho prestador de serviço deve contribuir na prestação de serviços gratuitos, a partir de sua especificidade de trabalho, das necessidades institucionais e das crianças e adolescentes, como manutenções, beleza e cuidados, além de jardinagem, por exemplo.