Os vestidos oficiais do trio de rainha e princesas da Festa da Uva de 2019 foram desenhados por mãos que conhecem bem os detalhes das vestes típicas italianas. Será a terceira vez que Véra Zattera direcionará suas técnicas para trajes oficiais de rainha e princesas da Festa da Uva. A pesquisadora é uma das maiores referências de figurinos tradicionais no Estado, e, por isso, comanda o processo de desenho e costura dos trajes, que devem ficar prontos em agosto. Maiara Perottoni, Milena Remus Caregnato e Viviane Piamolini Gaelzer farão a primeira prova daqui cerca de 20 dias, quando Véra retornará de viagem. O que se sabe é que as peças já estão bordadas, e sequer a presidente da Festa da Uva, Sandra Randon, viu o resultado preliminar.
— A única coisa que eu me comprometo é que não aceito baixar o padrão. Rainha e princesas têm de estar legitimamente vestidas de elegância, e tem de se destacar do restante. A minha maneira de trabalhar é sempre com fundamento histórico, e não misturo moda com isso — descreve Véra.
Ainda que haja uma tendência de modernizar as vestimentas daquelas que levam o nome da Festa pelo país afora, a pesquisadora defende que é preciso manter os padrões encontrados em obras da literatura italiana e respeitar a história. História, aliás, é o que ela mais gosta de escrever, falar e defender. Tanto que um dos livros escritos por Véra retrata justamente as fundamentações dos figurinos que desfilaram nos trios da Festa da Uva por oito décadas _ trata-se de Figurinos de Vindima. Por enquanto, Véra adianta que além de obedecer a esse pensamento, os trajes terão em seu bordado e estruturação peças que trouxe de uma viagem feita a Roma, ainda no ano passado.
— Neste caso, eu trouxe alguns detalhes de Roma. Comprei em uma casa que fornece material para os cardeais. O que se vende lá é um tecido extraordinariamente belo e requintado — detalha.
Serão entregues dois trajes para cada menina, um longo e um curto, usados para ocasiões mais nobres e informais, respectivamente. Os seis vestidos se transformam em 30 peças, segundo Véra, já que há partes dos trajes que se desmembram para facilitar a higienização. Sabe-se que tecidos como zibeline, tafetá e veludo são usados nesse tipo de traje, mas cores, bordados e outros detalhes são preservados pela pesquisadora. Um atelier de Caxias é quem fabrica as peças. Ainda não há previsão da apresentação dos vestidos para a comunidade.
Trio ainda não conhece resultado
Véra também foi responsável por criar os trajes de vindimadoras que as 17 candidatas a rainha da Festa da Uva desfilaram durante o pré-concurso. O processo de elaboração dessas roupas foi semelhante: as embaixatrizes só enxergaram o resultado final no dia em que apresentaram a peça para a comunidade. Por isso, Maiara, Milena e Viviane estão confiantes do resultado que virá.
— No traje de vindimadora, a Véra tirou nossas medidas e não fazíamos ideia sequer se era longo ou curto. Isso gera uma expectativa, uma emoção ao ver o traje pela primeira vez. E a Véra tem todo o embasamento necessário para um ótimo trabalho — descreve Maiara.
As gurias sustentam o posto de rainha e princesas há pouco mais de 20 dias, e têm conferido de perto o carinho da comunidade caxiense desde o anúncio. Nesse período, já participaram de cursos de gastronomia, de automaquiagem e de desfile de moda e se preparam para uma viagem a São Paulo, agendada para o início de agosto. É neste período que a agenda deve se intensificar e aparecem mais compromissos de divulgação da Festa da Uva.
— Está sendo muito gratificante tudo o que estamos vivendo. Notamos que a receptividade é incrível, que é verdadeiro o amor dos caxienses pela Festa da Uva. Todos querem saber quem são as soberanas — brinca.
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