A medida confirmada pelo presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul, Ambrósio Bonalune, em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira irá impactar a saúde pública na cidade, no período em que aumenta ainda mais a demanda: o inverno caxiense.
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O fechamento de pelo menos 50 leitos do Hospital Geral já havia sido levantado pelo diretor geral da entidade, Sandro Junqueira, em reunião com vereadores da Comissão de Saúde da Câmara de Caxias na última segunda. Se a promessa for levada adiante Caxias perde 8% das vagas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A decisão é baseada no déficit do HG que deve chegar a R$ 7 milhões neste ano. Bonalune destaca que há dialogo com o município, mas que soube pela imprensa que a prefeitura de Caxias descarta um novo aporte ao hospital, mantendo apenas o repasse mensal de R$ 214 mil por mês. Ele explica que é necessário R$ 8,2 milhões mensais para manter a estrutura funcionando, e que apesar da Fundação ser a mantenedora do Hospital, o Governo do Estado seria o responsável pelo custeio, mas repassa apenas R$ 2.831.920,00 por mês, o que corresponde a cerca de 34,5% do orçamento total.
— Se não obtivermos aportes seja da União, do Estado ou da prefeitura de Caxias em 60 dias a contar de hoje fecharemos leitos no Hospital Geral. Ainda não temos detalhamentos de alas, nem o número correto, mas projetamos pelo menos 50, o que será um desastre em pleno mês de junho no inverno caxiense quando a população está mais frágil —disse.
Bonalune não descarta inclusive demissões caso o Hospital não receba os aportes:
— Não é uma medida fácil, mas a Fundação não pode mais manter o custeio do Hospital retirando recursos das mensalidades dos alunos da Universidade de Caxias do Sul, como tivermos que fazer para equilibrar as contas em 2017. Podem ocorrer também demissões no HG. Nós não estamos encontrando eco no poder púbico e essa medida será necessária até mesmo para não comprometer a saúde financeira da Fundação e da própria Universidade de Caxias do Sul
A secretária de Saúde de Caxias, Deyse Piovesan afirmou ao Pioneiro que entende a situação do Hospital Geral e que teme pelo fechamento das vagas, mas descarta um aporte emergencial como o realizado na administração de Alceu Barbosa Velho (PDT).
Na ocasião, o ex-prefeito firmou um convênio para aporte da chamada verba de subvenção, que repassava mensalmente R$ 350 mil ao Hospital Geral (HG) em substituição ao aporte financeiro cortado pelo governo do Estado em 2015. O convênio, que foi reduzido para R$ 250 mil mensais a partir de 2016, venceu em maio de 2017 e, desde então, o hospital busca a renovação ou um contrato emergencial junto ao município.
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