Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que os casos de câncer devem aumentar em 70% nas próximas décadas. Entre os especialistas, uma recomendação é unanimidade: a prevenção é o melhor remédio. Campanhas como o Outubro Rosa e Novembro Azul, que se encerra nesta quinta-feira, alertam sobre a necessidade de ficar alerta a sintomas e cuidar da própria saúde.
No caso dos homens, alvos da campanha de novembro, o Inca estimava o surgimento de mais de 61 mil casos do tumor de próstata em 2016. Em Caxias do Sul, desde 2015, pelo menos 89 vidas foram perdidas para a doença.
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Para ficar de fora das estatísticas, alguns cuidados, mesmo que já conhecidos, são necessários: manter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas, além de não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
— Tudo que é bom para a saúde é bom para a próstata também. O principal é ter uma vida saudável, que melhora a qualidade de vida e a imunidade do indivíduo. Comer muita verdura e legumes, comer carne vermelha moderadamente e fazer exercício físico são algumas recomendações — diz o urologista Álvaro Sarkis, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Instituto Lado a Lado Pela Vida.
A conscientização e a propagação das informações também são os caminhos apontados para reduzir o surgimento de novos casos do tumor no futuro.
— As mídias e as campanhas têm tido um papel muito importante, inclusive, na quebra de alguns mitos. Notamos que existe uma diminuição no preconceito do exame de diagnóstico precoce (exame de toque retal). É um exame normal, que dura alguns segundos, e que pode salvar uma vida. Mas mesmo com essa diminuição, vemos que a maioria das pessoas que buscam o diagnóstico ainda é impulsionada pela família ou recomendado por algum outro médico — avalia Sarkis.
Em Caxias, desde 2014, o Programa Municipal de Vigilância, Verificação Precoce e Controle do Câncer de Próstata (VivePróstata) estimula o rastreamento do câncer em grupos populacionais de risco. Ele é realizado nas 47 unidades básicas de saúde (UBSs).