Da alegria à decepção. Assim se sente parte da comunidade escolar da região de São Luiz da 6ª Légua, em Caxias do Sul, com a inauguração da ampliação da Escola Municipal Sete de Setembro. A expansão garantiu 324 novas vagas para Educação Infantil e Ensino Fundamental, que, no entanto, só estarão disponíveis somente no próximo ano letivo. A decisão da Secretaria Municipal da Educação (Smed) desagradou pais, professores e lideranças comunitárias. A justificativa do município é de que é preciso respeitar o cumprimento dos 200 dias letivos e isso não seria possível a esta altura do ano.
Integrante do Círculo de Pais e Mestres (CPM) da escola, Jorge Brezezinski ressaltou a decepção da comunidade ao ser informada que o novo espaço não receberia alunos neste ano:
– Alegam que não vão cumprir os 200 dias letivos, mas contrataram 1,3 mil vagas fora (existe uma licitação em andamento) e não vão ocupar essas aqui (da escola).
Brezezinski também reclama que a obra foi inaugurada com modificações no projeto original. Segundo ele, faltou construir uma calçada que atravessaria o pátio da escola e a colocação de oito bancos e lixeiras. Ele questiona ainda a instalação de um portão de acesso menor do que o previsto.
– Substituíram o portão de 5,15 metros por um de 2,7 metros. Os bancos chegaram até o pátio da escola, mas depois foram retirados. Estamos satisfeitos pelo prédio, mas descontentes com as aulas que não vão começar nesse ano – explica.
A única alternativa para a utilização das novas salas neste ano é se houvesse aumento da demanda para as turmas que já estão funcionando na escola, argumenta a secretária da Educação, Marina Matiello. Ela descarta abrir uma nova turma ou transferir crianças atendidas em outras escolas para a Sete de Setembro.
– Não vou transferir crianças com vínculos e que estão bem atendidas em outras escolas. Nessa região, temos na fila duas crianças de cinco anos. Logo, entendemos que a abertura de uma turma nesse momento não seria viável e não se justifica. Mas a qualquer momento podemos tomar uma decisão diferente – explica, acrescentando que a prioridade é atender à demanda reprimida de alunos da Educação Infantil que ainda não começaram o ano letivo.
Faltou recursos
Sobre a reclamação da retirada de equipamentos previstos no projeto original, a secretária Marina Matiello alega a necessidade da realização de aditivos para itens obrigatórios de acessibilidade:
– Entendemos que o importante é nós entregarmos a ampliação. O que eles precisam para uma boa educação já está posto. As outras questões que a gente pode ir aprimorando, e a escola tem a verba de autonomia. Retiramos (do projeto original) por falta de recursos.
A escola recebeu mais cinco salas de aula, um banheiro, cobertura de ligação com o prédio já existente, reformulação do acesso principal e novo cercamento, num total de 432 metros quadrados de área construída. O investimento foi de R$ 738,9 mil com recursos próprios do município.