A perda do bilhete premiado de um apostador de Caxias do Sul, que teria acertado sozinho os cinco números do concurso 4417 da Quina, tem ganhado repercussão nas redes sociais. É que o homem jogou o comprovante no lixo ao conferir as dezenas de outro sorteio: técnico em manutenção de uma empresa da cidade, o rapaz de 34 não checou o número do concurso, lamentou não ter acertado e descartou o bilhete. Porém, caso o documento seja encontrado, o apostador ainda pode ter esperança de receber a bolada.
Isso porque, mesmo que a Caixa Econômica Federal afirme que o prêmio de quase R$ 3 milhões somente será entregue para a pessoa que tiver em mãos o comprovante original, o advogado Rudimar Luis Brogliato, que atua na área do Direito Civil em Caxias, faz uma ressalva: como o morador da cidade já manifestou ser dono do bilhete premiado, quem achar o documento vai precisar comprovar a origem da aposta. Conforme o advogado, é crime se apropriar de algo que não lhe pertence. Mas, para o dono da aposta receber o valor, ele vai precisar entrar com uma ação judicial contra a pessoa que encontrar o bilhete.
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– Caso outra pessoa resgate o prêmio, há formas de o possível dono do bilhete, este que declarou publicamente ser o ganhador, reaver o valor. A lei diz que para ganhar algo é preciso ter uma contrapartida, ou seja, para ganhar um prêmio você precisa ter contribuído com alguma quantia. É neste momento que o "achador" do bilhete premiado pode se complicar – explica.
A fidelidade do morador de Caxias à lotérica Zebrão, que há 12 anos faz apostas diárias no local, também pode ser um forte elemento utilizado no resgate do prêmio. Isso porque, por mais que o comprovante esteja nas mãos de outra pessoa, a Justiça leva em consideração todo tipo de prova antes de dar a sentença final.
– Imagens de câmeras de segurança, relatos das funcionárias da lotérica, o horário em que foi feita a aposta ganhadora, até mesmo a quantidade de comprovantes de outras apostas servem como elementos para comprovar a assiduidade do apostador – afirma o advogado.
Desde o começo da semana, a gerente da lotérica onde foi feita a aposta, Juliana Ziliotto, 29 , tenta encontrar uma forma de ajudar o cliente. Ela entrou em contato com a Caixa, mas também não conseguiu informações sobre o horário em que o bilhete foi registrado ou em qual máquina.
– Tentamos de várias maneiras, mas é difícil conseguir confirmar qual o bilhete sorteado, porque os números não ficam salvos e nem temos como tirar segunda via. As nossas câmeras registram apenas a movimentação. Se soubéssemos o horário em que a aposta ganhadora foi feita, teríamos como confirmar que foi ele o ganhador – conta.
A mulher também lamenta a perda do documento.
– Não é qualquer prêmio. Quase que diariamente entregamos prêmios pequenos, mas uma quantia assim é a primeira vez. Foi sorte e azar ao mesmo tempo. Algo que dificilmente vai acontecer de novo – lamenta.