As rodovias da Serra Gaúcha que foram castigadas pelas chuvas intensas da última semana não devem ser recuperadas em menos de dez dias. A previsão é do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer), que disponibilizou quatro equipes no sábado para dar início à operação de tapa-buracos.
Os trechos mais críticos estão localizados na ERS-431, entre Bento Gonçalves e Dois Lajeados; na BR-470, entre Bento Gonçalves e Veranópolis; e na ERS-826, entre Alto Feliz e Nova Milano. Outras estradas afetadas foram a ERS-453, a ERS-446, a Rota do Sol e a ERS-122.
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– A Petrobras não nos fornece asfalto há mais de um mês. Vamos tentar fazer o máximo que temos com as equipes disponíveis. Precisamos de, no mínimo, dez dias para colocar a malha em dia – afirma Rogério Uberti, diretor-geral do Daer.
De acordo com Uberti, como a Petrobras está no Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), o Estado não pode adquirir asfalto diretamente da empresa, apesar de ter os recursos em caixa. Foi isso que atrasou, segundo ele, a recuperação da ERS-122. A estrada, uma das principais da Serra, já tinha muitos buracos entre Caxias do Sul e Farroupilha. Com a chuvarada dos últimos dias, o problema se agravou.
Condições alarmantes na ERS-122
A prefeitura de Farroupilha e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) consideram alarmantes as condições da ERS-122. Um alerta foi endereçado ao secretário estadual dos Transportes, Pedro Westphalen, na manhã desta segunda-feira. Os pontos mais críticos estão situados perto do posto da PRE, no antigo pedágio, e próximo à empresa Tramontina.
Além da buraqueira, os motoristas precisam enfrentar as ondulações da pista. Um exemplo dessa precariedade: os policiais rodoviários já usaram todo o estoque de cones da unidade para sinalizar diversos pontos da pista defeituosa. São comuns os relatos de motoristas que precisam parar os veículos com pneus furados ou rodas quebradas.
– Foram 30 dias de chuva. Ela (ERS-122) está apresentando buracos que não existiam antes. Eram problemas localizados, que aumentaram pela chuva intermitente e violenta. No primeiro momento vamos tapá-los, depois faremos os remendos. A coisa foi tão grande que nem conseguimos apresentar ainda ao secretário (Westphalen) as condições gerais das rodovias – diz Rogério Uberti.
Em nota, o prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves (PDT), alerta que "a insegurança para o trânsito e para a população é inquestionável, a população clama por soluções". Na reunião com Westphalen, em Porto Alegre, ele entregou uma documentação assinada também pelo prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra, além de um vídeo que mostra as condições da estrada e as situações enfrentadas pelos condutores. O material também será levado ao Daer e ao governador José Ivo Sartori (PMDB).
Caminhões proibidos na ERS-431
Na ERS-431, em Monte Belo do Sul, o surgimento de rachaduras levou o Daer a proibir o tráfego de caminhões naquele trecho. Os defeitos surgiram no quilômetro 12,2. Conforme a autarquia, a passagem de caminhões e carretas agravaria o problema e causaria riscos aos motoristas. Equipes já estão no local trabalhando para reestruturar a estrada. A primeira ação, segundo o Daer, contemplou a selagem nas rachaduras, que serviu para diminuir a infiltração de água. Um decreto de emergência, publicado na sexta-feira, agilizará a contratação de uma empresa para recuperação do pavimento.
Nesta segunda-feira, a ERS-373 (foto acima) foi parcialmente interrompida no quilômetro 3,9, entre os distritos de Várzea Grande e Serra Grade, em Gramado. Quedas de barreiras impedem a circulação no trecho. O Daer trabalha para remover os materiais da pista e para reconstruir as encostas. Não há previsão de quando a rodovia será normalizada.
A chuvarada também atrapalhou as obras de reformulação do entroncamento da RS-453 com a BR-470, conhecido como Trevo da Telasul, em Garibaldi, segundo o DNIT. Apesar disso, a entrega da rotatória em construção no trecho está prevista para ocorrer entre julho e agosto. O trabalho começou no início de setembro do ano passado e prevê a construção de uma rotatória alongada, que deve eliminar as filas de veículos. Ela também foi pensada para se adequar a uma futura duplicação da estrada ou à construção de uma elevada, apontada como a solução definitiva para o entroncamento. O custo é de R$ 7 milhões.