Não é só a comunidade caxiense que está enlutada com a morte do empresário Paulo Bellini. O velório que começou às 15h da quinta-feira seguia bastante movimentado na manhã desta sexta, reunindo família, amigos e colegas de trabalho de diversos cantos do mundo. O representante comercial Andres Novion, por exemplo, viajou do Chile para Caxias especialmente para se despedir do amigo empresário. Ele retornava de uma viagem aos Estados Unidos por volta das 6h da quinta-feira. Ao desembarcar no Chile e receber a informação da morte de Bellini, não pensou duas vezes:
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– Eu fui direto ao aeroporto de Santiago. Só deu tempo de tomar um banho em casa. Não existia a possibilidade de não homenagear o Paulo, companheiro de negócios e amigo de pescaria.
Novion representa a Marcopolo e outras empresas caxienses, como a Randon, em território chileno. O idioma espanhol era comum entre os amigos de Bellini que prestavam homenagem na manhã desta sexta. Isto porque as vendas para toda América Latina consolidaram a Marcopolo em líder do segmento neste continente. O Uruguai, primeiro país que a Marcopolo passou exportar ainda na década de 1960, estava representado nas homenagens ao empresário. Pablo Nossar Lafluf, proprietário da empresa Nossar Transporte de Passageiros, enfrentou nove horas de viagem de Durazno, na região central da província uruguaia, até Caxias do Sul.
– Dos negócios surgiram uma amizade muito consolidada. Comemoramos os 90 anos da nossa empresa com uma festa na casa do seu Paulo, em 2015_ exemplifica Pablo.
Coroas de flores que chegavam a todo instante eram depositadas em uma sala ao lado de onde Bellini évelado. Eram 123 coroas até perto das 10h. Lideranças políticas, como o governador José Ivo Sartori (PMDB) devem comparecer à cerimônia de cremação, agendada para 15h. Funcionários da Marcopolo também lotaram o Memorial - pela manhã, a empresa disponibilizou ônibus que levassem os trabalhadores até o velório. Entre os amigos, estava o presidente da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev), Claudio Biasio. A ligação de quase 30 anos entre o empresário e o presidente foi enraizada no envolvimento de Bellini com a causa da Apadev. Na década de 1990, Bellini visitou parte do empresariado caxiense e pediu ajuda para erguer o prédio da entidade, que hoje é referência no atendimento aos deficientes visuais.
– Graças a ele, construímos o prédio em 11 meses. Depois, ele nos ajudou a manter o serviço funcionando. Era um entusiasta, ele deu vida ao meu sonho – define Biasio.