Boa parte dos oncologistas de Caxias do Sul preferem não falar sobre o assunto. As duas especialistas que falaram com a reportagem afirmaram que preferem não prescrever a fosfoetanolamina para seus pacientes com câncer. A oncologista Janaína Brollo diz que não receitaria, pois até o momento não há dados de segurança e eficácia comprovados em seres humanos.
– Julgo o câncer uma doença extremamente complexa para indicarmos tratamentos sem respaldo científico, principalmente quando temos outras opções testadas e comprovadas em estudos clínicos – defende a médica.
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A oncologista Patrícia Moretto compartilha da mesma posição. Segundo ela, mesmo sendo caracterizado como um suplemento alimentar, não há definições científicas de quais são os eleitos colaterais da substância.
– Suplemento alimentar não é medicamento. Por isso, prefiro não prescrever –destaca a oncologista Patrícia.
Janaína Brollo explica que a fosfoetanolamina é uma substância sintética que mostrou eficácia contra o câncer em estudos realizados com animais, portanto, ainda experimental. Um estudo feito pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) demonstrou que não houve eficácia dessa droga em humanos com diferentes neoplasias.
– Mesmo como suplemento alimentar, eu não receitaria– ressalta a especialista Janaína.
Saúde
Médicos preferem não receitar a fosfoetanolamina
Os poucos especialistas que concordaram em falar com o Pioneiro dizem que a substância não é um medicamento e orientam para não utilizar
Ivanete Marzzaro
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