A greve dos médicos servidores do município de Caxias do Sul completa um mês nesta quarta-feira. Até esta segunda-feira, levantamento da secretaria da Saúde de Caxias apontava 13.709 consultas canceladas. As informações são da Gaúcha Serra.
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No primeiro dia da paralisação, o levantamento da secretaria apontava adesão de 57,7%. Naquele dia, o Sindicato Médico afirmava que a adesão era de 80%. Depois, não houve outros levantamentos do sindicato. Nesta terça-feira, segundo a secretaria da Saúde, a adesão foi de 13,7%.
O impasse entre prefeitura e médicos começou no início do ano, quando a prefeitura exigiu que todos os médicos servidores passassem a cumprir a carga horária e não mais atender por cotas nos postos de saúde e no Centro de Especialidades. A medida começou a valer a partir de 1º de março. Depois, prefeitura e médicos passaram a discutir salários. O município ofereceu uma bonificação aos médicos baseada na quantidade de atendimentos e em uma avaliação de atendimento feita pelos pacientes após as consultas. A proposta não foi aceita pela categoria.
Outro impasse é com relação a quem faz as negociações porque a prefeitura reconhece apenas o Sindicato dos Servidores Municipais como representante do médicos servidores, e não o Sindicato dos Médicos. Uma comissão de médicos grevistas também foi montada. No final de abril, a Justiça do Trabalho proibiu o Sindicato dos Médicos de representar os servidores do município no movimento grevista.
A prefeitura entrou com uma ação pedindo que a greve fosse considerada abusiva e ilegal, mas a Justiça negou a liminar. O mérito da ação ainda não foi julgado. Ao contrário da decisão liminar, que foi monocrática, o mérito será julgado pelo colegiado.
Ponto
O município está cortando o ponto dos médicos grevistas. De acordo com o advogado do Sindicato dos Médicos e da comissão de médicos, Lauri Romário Silva, os médicos que tiveram descontos ingressarão na Justiça pedindo a devolução dos valores. A ação terá como base a decisão da Justiça que negou a liminar que pedia a ilegalidade da paralisação. Conforme Lauri, ainda não há ações porque os documentos ainda estão sendo compilados..
Mutirão
A prefeitura estuda a possibilidade de realizar mutirões para atender à demanda de consultas canceladas em função da greve.