O número de mortes em acidentes de trabalho na Serra neste ano passa da metade do número de todo o ano passado. Foram 25 casos até agora em 2017 contra 48 do ano de 2016 na área da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), que abrange 49 municípios. Os dados são do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra), um órgão da Secretaria Municipal da Saúde de Caxias do Sul que atua em toda a área da 5ª CRS. Em 2015, o ano terminou com 33 registros na Serra. As informações são da Gaúcha Serra.
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Em Caxias do Sul, especificamente, foram registradas em 2017 duas mortes relacionadas ao trabalho, número que mostra uma tendência de redução, considerando os 24 casos de todo o ano de 2016. Em relação aos acidentes graves de trabalho na cidade, no entanto, a frequência é semelhante à do ano passado. Foram 110 casos neste ano contra 440 de 2016. O número de 2016 já havia sido bem mais alto que o de 2015, quando foram registrados 233 acidentes graves de trabalho.
Conforme a coordenadora do Cerest/Serra, Nicieli Sguissardi, o aumento de acidentes graves notificados revela que a cultura de prevenção não está enraizada em Caxias do Sul. Segundo o Cerest, o maior número de ocorrências é registrado na metalurgia e na construção civil.
O trabalho informal e autônomo com a crise econômica, que contribui para a não observância de normas de segurança, também é apontado como um fator que favorece a ocorrência de acidentes.
Em relação às mortes, em 2017, 13 dos 25 casos da Serra foram de acidentes de trajeto, isto é, quando o trabalhador está se deslocando para ou do trabalho, ou ainda quando ele se desloca a trabalho.
Zona Rural
Chama atenção neste ano o número de acidentes com trator na região. Já foram registrados quatro casos relacionados a acidentes com trator e outras máquinas agrícolas, mesmo número de todo o ano de 2016.
O último acidente com morte na Zona Rural ocorreu no domingo (23) pela manhã, em Nova Petrópolis. Um homem de 66 anos morreu após cair de uma carreta agrícola que era conduzida pelo filho na localidade de Linha Temerária. O Cerest analisa as circunstâncias do caso para confirmar se foi um acidente relacionado ao trabalho ou não; se se tratava de um deslocamento que não tinha nenhuma relação com trabalho - um simples passeio utilizando o veículo, por exemplo - o caso não ficará registrado na estatística.