Na sexta-feira, Caxias do Sul terá protestos e paralisações como parte da mobilização nacional organizada pelas centrais sindicais contra a lei da terceirização e as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB). A greve geral deve afetar diversos serviços na cidade, já que várias categorias decidiram participar do movimento, entre elas metalúrgicos, rodoviários, bancários, comerciários, professores e servidores municipais. Haverá atrasos na circulação de ônibus, devido a possíveis bloqueios de rodovias e atos confirmados na área central da cidade. Escolas também devem fechar as portas: até a tarde de quarta-feira, 31 instituições de ensino haviam informando a adesão ao movimento.
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Conforme o grupo 'Movimentos Sociais e de Trabalhadores de Caxias do Sul', que reúne dezenas de sindicatos, União das Associações de Bairros (UAB), aposentados, desempregados, organizações de estudantes e pastorais, entre outros, haverá dois atos públicos na Praça Dante Alighieri: o primeiro ocorre às 10h e o segundo, às 16h, com uma caminhada pelo centro da cidade. Membros do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias (Sindiserv) e do 1º núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers Caxias) também estarão presentes. Antes disso, às 7h, o Cpers organiza uma concentração na RSC-453, em frente à Codeca. De lá, eles seguirão até o centro de Caxias e se juntarão a manifestantes de outros setores, a partir das 8h30min.
Nos serviços públicos, os ônibus devem circular normalmente, apesar de haver a possibilidade de bloqueios em alguns pontos da cidade. Os locais ainda não foram informados pela organização do movimento. Porém, manifestantes estarão presentes em rodovias. A Polícia Rodoviária Federal irá monitorar as manifestações nas BRs, pois bloqueios não serão permitidos.
No comércio, apesar de o atendimento ser normal, os lojistas foram orientados a fechar as portas caso ocorram manifestações nas proximidades do estabelecimento, garantindo a segurança dos funcionários, clientes e do patrimônio. Já nos bancos, algumas agências devem permanecer fechadas na sexta-feira, ou com o atendimento prejudicado pela paralisação.
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Transportes
– Os ônibus devem circular normalmente, pois o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Caxias afirma que não deve trancar os portões da Visate. Porém, conforme o presidente da categoria, Tacimer Kullmann da Silva, estão previstos diversos bloqueios em outros pontos, organizados por diversos sindicatos da cidade. No transporte intermunicipal, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) voltou atrás na decisão de suspender as viagens de ônibus na sexta-feira. Por isso, o serviço também irá funcionar normalmente. A suspensão anunciada na terça-feira foi revogada após nova avaliação da autarquia e da Secretaria dos Transportes na quarta-feira. De acordo com a nota divulgada, o órgão ainda avalia autorizar as empresas a disponibilizar linhas extras de ônibus intermunicipais para atender à demanda do feriadão do Dia do Trabalho.
Rodovias
– Estão previstos protestos em várias rodovias no Estado. Em Caxias do Sul, os manifestantes, a princípio, estarão presentes na BR-116, na ERS-122 e na RSC-453. A Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do RS (Fetraf-RS) terá acampamentos às margens de estradas em municípios como Sarandi (BR-386), Lagoa Vermelha (BR-285), São Lourenço do Sul (BR-116), Antônio Prado (RS-122) e Fontoura Xavier (BR-386). A BM e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) preparam esquema especial para monitorar as manifestações e garantir a circulação nas estradas.
Escolas
– A Secretaria Municipal da Educação (Smed) já recebeu comunicados de algumas escolas do município que devem aderir ao movimento. Até a tarde de ontem, 31 instituições enviaram um ofício informando a adesão. Pais e alunos foram avisados e as aulas serão recuperadas durante o ano letivo. O Cpers também irá participar da paralisação geral e convocou os professores.
Servidores públicos
– As principais entidades de classe que representam servidores públicos no RS apoiam a greve e convocaram as categorias a aderir. De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias (Sindiserv), vários setores municipais devem participar do movimento, desde que mantenham ao menos 50% do setor em funcionamento.
Brigada Militar
– Policiais militares não vão participar do movimento. A Associação dos Cabos e Soldados (Abamf) de Caxias informou que não deve aderir à mobilização.
Comércio
– As lojas abrem normalmente em Caxias. Porém, o Sindicato dos Lojistas do Comércio (Sindilojas) afirma que cabe ao comerciante a decisão de manter o atendimento no estabelecimento ou optar por não atender os consumidores e liberar os funcionários. O sindicato também pede que os lojistas fiquem atentos às movimentações nas proximidades das suas lojas e, caso ocorram manifestações, a recomendação é para que o comerciante mantenha as portas fechadas, já que a prioridade deve ser a integridade dos funcionários, clientes e do estabelecimento comercial.
Bancos
– Algumas agências bancárias devem aderir à paralisação em Caxias, então é preciso ficar atento ao vencimento de contas. A primeira parcela do Imposto de Renda devido, por exemplo, vence na sexta-feira. Por isso, uma boa saída é antecipar o pagamento para a quinta-feira. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que tiverem algum contratempo nas agências podem recorrer a uma série de canais alternativos para transações financeiras: caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking, além de operações bancárias por telefone. A Federação não soube informar quantos bancos devem ficar fechados em Caxias.