A Secretaria da Aviação Civil (SAC), vinculada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, garantiu nesta quarta-feira que a verba para o início das obras do aeroporto de Vila Oliva, em Caxias do Sul, está disponível. O órgão quer lançar o edital de licitação no começo de 2018, mas, para isso, depende de dois fatores. O primeiro e mais importante é a desapropriação de uma área de 445 hectares em Vila Oliva, que só ocorrerá se o governo do Estado liberar os R$ 20 milhões necessários, já que a prefeitura de Caxias não tem recursos.
O segundo fator essencial para tirar do papel a esperada obra, que vai beneficiar toda a Serra Gaúcha, é a celeridade nos licenciamentos ambientais que serão exigidos pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A SAC espera estudos razoáveis, que possam ser executados dentro de um ano, para obter a liberação em dezembro de 2017. Na semana que vem, a Fepam deve comunicar o que tem de ser feito na área.
Leia mais:
Projeto do aeroporto de Vila Oliva será customizado para receber cargas
Caxias não tem autonomia para licenciar aeroporto, diz Fepam
Após cinco anos, aeroporto de Vila Oliva sequer virou um projeto
– A gente realmente precisa que elas (desapropriações) aconteçam ao longo desse horizonte de projeto nosso, que é um ano. É um prazo coerente. Temos os recursos para executar, o caminho está livre para, em 2017, sentarmos e planejarmos as obras de fato – disse Marcio Maffili Fernandes, coordenador geral de planejamento da SAC, ao prefeito de Caxias, Alceu Barbosa Velho (PDT), e ao prefeito eleito, Daniel Guerra (PRB).
Mas como obter a liberação de R$ 20 milhões do Piratini, se a gestão de José Ivo Sartori não consegue nem pagar o funcionalismo público em dia? Alceu, que tem relação muito próxima com o governador, acredita que Sartori fará todo o esforço necessário para beneficiar a região que o projetou politicamente, nem que para isso obtenha empréstimos junto a bancos.
– O governador vai nos ajudar, mas a gente também entende a situação. Se a prefeitura tivesse esse dinheiro, fazia (o depósito) e depois o Estado ressarcia. Agora, chegou nesse momento, temos de definir – falou Alceu.
Em 2008, o Piratini se comprometeu, por meio do ofício 078/2014, a auxiliar financeiramente Caxias do Sul com as desapropriações. Ao todo, são nove proprietários, que detêm 445 hectares – não há moradias, o que deve facilitar os trabalhos após a venda. A planta com estudo preliminar foi aprovada em outubro deste ano. O governo federal pretende que o aeroporto, cujo custo estimado é de R$ 120 milhões, funcione sem obras de reforma até 2035.
No começo, ele será apenas de passageiros, mas o projeto prevê a ampliação para terminais de carga, uma histórica reivindicação dos empresários da Serra. Para essa obra, porém, o governo federal não destina recursos e abre espaço para a iniciativa privada.
O aeroporto de Vila Oliva, no papel:
– Pista de 1.983 metros de comprimento e 45 metros de largura, com espaço para ampliação
– Pátio com espaço para oito aeronaves, que poderá ser ampliado para 12
– Área de combate a incêndio de 400 m²
– Estacionamento para 500 vagas