Enquanto a prefeitura estuda o perfil para a nova direção do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), o Sindicato dos Engenheiros (Senge) aguarda que a Justiça ajude a definir que órgão técnico tem de ser dirigido por técnicos e não por gestores ligados à política.
Na próxima semana, quando serão concluídas as apurações de irregularidades no DEP, deve também ser anunciado o novo diretor-geral.
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As investigações foram abertas em julho, depois de Zero Hora publicar uma série de reportagens apontando que o DEP pagava pela limpeza de bueiros que não existem, e que a falta de fiscalização permitia o pagamento de serviços mal feitos.
Nos últimos 16 anos, o DEP não teve diretores com formação em engenharia. Em fevereiro, o sindicato ingressou com ação judicial contra a nomeação de Tarso Boelter (PP), que já comandava o DEP desde 2013. Boelter se afastou em março para concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores.
– Questionamos indicação política para cargos que exigem conhecimento técnico, em vários órgãos, de todos os níveis, não só no DEP. Sabemos que temos que conviver com essas indicações, mas os partidos deviam disponibilizar pessoas qualificadas. Não agimos por questões político-partidárias. Defendemos que a pessoa que está no comando tem que ter noção, conhecimento do que está sob seu guarda-chuva – diz José Luiz Bortoli Azambuja, vice-presidente do Senge.
Sobre o fato de o sindicato só questionar agora uma situação que está ocorrendo há 16 anos, Azambuja informou que o assunto era tratado diretamente com os gestores e com a prefeitura, numa tentativa de negociação para resolver o problema das indicações com critério unicamente político:
– Agora, mudamos a estratégia. Já que existe lei prevendo que seja engenheiro na direção do DEP, nós recorremos à Justiça.