A grande área de lazer que começa a tomar forma no entorno da Estação Férrea de Caxias do Sul só conseguiu sair do papel graças à soma de esforços entre o poder público e a iniciativa privada. As três etapas do projeto de revitalização, que contemplam melhorias nas praças do Trem, das Feiras e no Largo, pontos na região do bairro São Pelegrino, estão em estágios distintos: a primeira, já foi concluída; a segunda está em andamento; e a terceira, longe de começar.
As obras no largo da estação, no trecho entre as rua Doutor Augusto Pestana e Marechal Floriano, não têm data para começar porque o município está em contenção de despesas. Diante da situação pública complicada, o grupo de amigos da Associação Moinho da Estação tenta arrecadar os R$ 2 milhões necessários para a intervenção. A meta ainda não foi alcançada, mas o esforço de visitar empresários para convencê-los sobre a importância do investimento resultou na arrecadação de 40% desse montante.
–Nós temos esperança que vamos conseguir arrecadar o restante. É claro que o maior ganho fica para a região do São Pelegrino, mas Caxias já ganhou muito com isso. Parece que bairro está mais limpo, claro – elogia a integrante da associação, Eloísa Tondo.
A Praça do Trem foi entregue à comunidade em julho do ano passado. O Shopping San Pelegrino bancou R$ 1 milhão, e a prefeitura executou todos os serviços complementares. Já a Praça das Feiras, denominada Praça Linear para Feiras e Eventos, é um projeto de recuperação urbanística da área entre a Avenida Rio Branco e a Rua Feijó Júnior. O lugar, o novo palco de feiras de agricultura e eventos de lazer, foi construído por meio de uma contrapartida da API Empreendimentos à prefeitura. A entrega ocorrerá em julho, se as condições climáticas colaborarem, informa Paulo Dahmer, secretário da Receita Municipal e um dos defensores do projeto.
– Tínhamos quase certeza de que bondes ocupariam estes lugares conforme vão sendo revitalizados. Mas a comunidade se apropriou do espaço, estamos felizes– avalia.
OS PROJETOS
Praça do Trem
:: Foi construída no terreno da antiga linha férrea entre a Avenida Rio Branco e as ruas Medianeira e Machado de Assis, no bairro São Pelegrino, ao lado do Shopping São Pelegrino
:: Entregue em julho do ano passado, conta com serviço de internet wi-fi gratuita.
:: O custo foi de R$ 1 milhão, pago pelo Shopping San Pelegrino.
:: Há academia da melhor idade, mobiliário urbano, iluminação e parque infantil
Praça das Feiras
:: Está em construção desde 12 de maio do ano passado e contempla a recuperação da área entre a Avenida Rio Branco e Rua Feijó Júnior, atrás do Colégio Pena de Moraes.
:: A previsão de entrega é para julho.
:: O investimento é de R$ 1,3 milhão. A execução ficou a cargo da empresa API Empreendimentos Imobiliários, como contrapartida à construção de um condomínio no antigo centro de treinamento do Esporte Clube Juventude, na Rua Atilio Andreazza. Na prática, o R$ 1,3 milhão não saiu dos cofres da prefeitura, mas sim do patrimônio
:: O espaço terá nova pavimentação, ciclovia, iluminação e mobiliário urbano, como bancos e lixeiras. Os veículos utilizarão acessos exclusivos, mas o trânsito será proibido fora dos dias e horários do comércio.
:: De acordo com a secretaria da Agricultura, duas feiras passarão imediatamente para o novo endereço assim que inaugurado: a Feira do Agricultor, que ocorre nas terças à tarde, na Estação Férrea, e a Feira Ecológica, que acontece nos sábados de manhã, também na Estação. Atualmente, a Rua Augusto Pestana fica bloqueada para a realização da feira.
Revitalização do largo da Estação Férrea
:: É a recuperação da área que abrange o largo da antiga Estação Férrea, entre a Augusto Pestana e a Marechal Floriano.
:: Não tem previsão para início.
:: O projeto prevê calçadas mais amplas e reforço da iluminação. O espaço de estacionamento que fica em frente ao prédio da Secretaria da Cultura dará lugar a uma alameda com calçamento, bancos, iluminação e outros itens do mobiliário urbano. A Rua Doutor Augusto Pestana manterá as áreas de estacionamento e ganhará espaço para ônibus de turismo.
:: Custo: R$ 2,1 milhão, que devem ser pagos pela iniciativa privada, já que a prefeitura não dispõe da verba.