Cirurgias eletivas no Hospital de Farroupilha estão suspensas

As cirurgias eletivas da rede pública de saúde no Hospital São Carlos, de Farroupilha, estão suspensas desde o início de abril. O motivo é o atraso em pagamentos para serviços e profissionais terceirizados, que incluem anestesistas, traumato-ortopedistas, cirurgiões gerais, setor de imagens e de análises clínicas. A diretoria garante que a urgência e emergência funcionam normalmente. As informações são da Gaúcha Serra.

As dificuldades em manter o pagamento em dia resultaram também na troca da equipe que atua na UTI. Sete médicos deixaram de prestar serviço e outros oito foram contratados. Apesar de ter sido forçada pela situação financeira, a mudança vai resultar na ampliação no número leitos disponíveis para atendimentos SUS e particulares.

A dívida total do hospital com os terceirizados chega a R$ 1,2 milhões. O gestor do Hospital, Francisco Isaias, diz que o principal motivo para o dequilíbrio financeiro da instituição é a retirada do Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar (IHOSP). Ele afirma que são R$ 14 milhões previstos no orçamento que deixaram de entrar nos cofres desde agosto de 2014. De acordo com Isaias, o repasse foi definido em um acordo que tornou o São Carlos referência para 12 municípios. A Secretaria de Saúde do Estado alega que o IHOSP deixou de vigorar em dezembro de 2014 para todos os hospitais.

A retomada das cirurgias eletivas pode ocorrer a partir de uma negociação com o sindicato médico, que notificou o hospital nesta semana. Na segunda-feira (25), as diretorias da entidade e da casa de saúde se reúnem para discutir um acordo. Essa é a segunda vez em menos de um ano que as cirurgias eletivas no Hospital São Carlos são suspensas. Em agosto de 2015, o serviço foi cancelado por causa de uma renegociação com anestesistas.

Hospital de Canela

Apesar da intervenção da prefeitura na gestão da instituição no último dia 13, as cirurgias seguem suspensas no Hospital de Caridade de Canela. O serviço deixou de ser prestado em 29 de março, também por atraso no pagamento dos médicos. Na quarta-feira (20), uma parte dos salários foi depositada. Conforme o presidente do sindicato da categoria, Marlonei dos Santos, os profissionais começaram a voltar ao trabalho. A dificuldade está no retorno dos anestesistas, que ainda estão em negociação.