O salto de 18 para 50 inscritos em apenas uma das provas dos Jogos Paraescolares deste ano, em relação a 2015, indica que a educação está no caminho certo. São crianças e adolescentes com deficiência que neste domingo abrem a competição para as redes pública e privada. Essa gurizada vai demonstrar habilidades que são resultado do trabalho de todo o ano letivo, apesar de dificuldades como a falta de ginásios em algumas escolas e, em alguns casos, pouco material. Neste domingo, as provas são mini PCDs (Pessoas Com Deficiência) e minirrústica, esta dos Jogos Escolares.
Quando o assunto é inclusão, docentes concordam que trabalhar as potencialidades das crianças é a receita. Professora de educação física da escola Governador Leonel Brizola, Fabrina Farias da Fontoura ensina:
- Não vejo a inclusão como desafio, porque cada aluno tem suas limitações. Se um não pode correr, outros não têm tanta habilidade no futebol. O que limita é a falta de estrutura.
Aluno da Governador Leonel Brizola, Victor Ribeiro aproveita a educação física para treinar habilidades que usará nos jogos. Ele não competirá na minirrústica de domingo porque tem dificuldade de caminhar, mas em maio vai competir em arremesso de peso, lançamento de dardo, xadrez adaptado, bocha paralímpica e fusen. Esta é a terceira vez que o guri de 14 anos participa dos jogos, uma extensão da integração que já tem na escola.
Mesmo que não realize exatamente as mesmas atividades que os demais, Victor tem apoio dos professores, colegas e do monitor Henrique Fim. Exemplo disso ocorreu na última quinta-feira, quando a reportagem acompanhou parte da aula. Enquanto tentava acertar argolas coloridas em cones plásticos, era incentivado pelos amiguinhos. E se divertia.
- O que eu mais gosto é a educação física e o recreio. Gosto porque não ficamos tanto na sala - avalia o menino, que teve paralisia cerebral.
Além da socialização, a inclusão influencia no aprendizado. Para o vice-diretor da Leonel Brizola, Paulo Reguly, é dever de toda escola ser inclusiva.
- Influencia na aprendizagem porque o aluno passa a fazer parte do grupo. Tem ganho cognitivo e emocional. Aprendizagem não é apenas racionalização do conteúdo, também é feita pelo lado emocional - completa.
Se chover, a competição ocorre no próximo domingo, 10 de abril.
Educação
A partir deste domingo, jogos escolares e paraescolares incentivam a inclusão em Caxias
Crianças e adolescentes participam de diversas atividades que também praticam na escola
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