"Poucas vezes vi tanta brutalidade", diz delegado sobre assalto em Santa Tereza

Aos poucos, a polícia vai montando o quebra-cabeça para entender a sequência de três assaltos que resultou em cinco reféns, três deles baleados, no interior de  Santa Tereza e Caxias do Sul, nesta segunda. O caso teve desdobramentos em Esteio, na manhã desta terça, quando um suspeito que dirigia o Corolla roubado em Caxias chegou a ser perseguido, mas abandonou o veículo e fugiu em um matagal. Uma mulher de 32 anos foi presa e a polícia investiga se ela teve alguma participação nos crimes.



Vítimas de assalto em Santa Tereza ficaram amarradas por três horas

Até agora, sabe-se que dois bandidos de capacetes entraram na casa da família Girotto, na Linha Paderneira, interior de Santa Tereza, por volta das 9h de segunda. Eles renderam três pessoas: Antônio Girotto, 65 anos, a esposa e a filha dele, Navelina, 60, e Kátia, 29. Os três foram amordaçados e os pés e mãos amarrados. Durante três horas, os criminosos vasculharam a casa, procuraram dinheiro e chegaram a obrigar Kátia a ingerir bebida alcoólica.

Por volta do meio-dia, quando havia só um assaltante na casa, os reféns foram baleados. A perícia inicial aponta que pelo menos uma parte dos tiros ocorreu com a família sentada em um sofá, que tem marcas de disparos. Cinco projéteis e um revólver calibre 38 foram encontrados no primeiro andar da residência.

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O relato dos familiares é de que agressões contra a filha teriam feito o casal reagir, que conseguiu se desamarrar, entrando em luta corporal com o assaltante. 

- Imaginamos que o homem que baleou a família saiu pelos fundos da casa, foi até o vizinho, pegou esse jovem (Giovani Dallé, 27) como refém e o Celta para fugir. Em meus 37 anos de trabalho, poucas vezes vi tanta brutalidade - relata o delegado Clóvis Rodrigues de Souza, substituto da delegacia de Monte Belo do Sul.

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Dallé seguiu com o assaltante, que fez outra vítima no distrito de Criúva, interior de Caxias do Sul, próximo das 18h. Na casa, estavam uma mulher e duas crianças. O Celta foi abandonado pelo Corolla da família e a mulher, rendida. Com dois reféns, o criminoso dizia que precisava de dinheiro, conversava diversas vezes ao telefone com uma mulher, e manifestava vontade de ir para vários lugares, como Paraná, Santa Catarina e Porto Alegre. Dallé foi abandonado em Farroupilha e a mulher, em Garibaldi.

- Ele ameaçava matá-la se não ajudasse. Ela está traumatizada - relata o marido, de 38 anos.

No início da manhã, ainda com o Corolla, o suspeito envolveu-se em uma perseguição policial e conseguiu fugir, mas deixou os próprios documentos no carro e foi identificado. Não há informações sobre o paradeiro do segundo assaltante.

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