São 35 anos de amizade e companheirismo que unem as vozes do coral Stella Alpina. Atualmente, as canções de origem italiana são entoadas por 12 homens que não deixam morrer os traços da história dos antepassados. Em outros tempos, o grupo já chegou a ter até 16 participantes. As mais de três décadas de união foram comemoradas com um jantar especial na semana passada, na sede dos músicos em Caxias do Sul.
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A história do Stella Alpina começou no início da década de 1980, no salão da comunidade de São Virgílio da 6ª Légua. No local, os amigos se reuniam aos finais de semana para conversar e passar o tempo - hábito tradicional em localidades do interior. As músicas italianas faziam parte dos encontros, sempre puxadas por algum dos amigos.
Logo, surgiu a ideia de montar um coral que resgatasse as tradições dos imigrantes. A flor, de cor branca e em formato de estrela, que dá origem ao nome do grupo é encontrada apenas entre os alpes da Itália e da Alemanha, como explica o músico Lori Roberto Scopel, 59 anos.
Apenas cinco integrantes do primeiro coral ainda estão na ativa: Alziro Perini, Jones José Bertoni, Raimundo Sirena, Domingos Dal Picol e Waldemar Menegotto. Além deles também participam do coral, Assis José Boschetti, Célio Gabriel de Oliveira, Guimar Chies, José Rigotti, Natalício Gries e Tarcisio Rinaldi.
São senhores de 50 a 80 anos de idade que dedicam parte de seu tempo para levar arte e cultura pelos municípios da região. Religiosamente, às quartas-feiras, às 20h, todos os músicos se encontram para ensaiar na sede do coral.
A agenda de 2015 já conta com mais de 80 solicitações para missas, casamentos, bodas e encontro de corais. Quando questionado sobre o segredo da união do grupo, Lori é enfático: o coral se mantém pelo prestígio que conquistou ao longo dos anos.
- O nosso segredo é aceitação do público, os convites. Também é pela nossa amizade que está acima de tudo - diz Lori.
O Stella Alpina já gravou três CDs e participou da gravação de um DVD do cantor Délcio Tavares, motivo de orgulho para os músicos.
Desafio para a posteridade
Um dos temores de Lori é que a tradição do coral não seja levada adiante e acabe sendo esquecida. A preocupação é pela falta de interesse de jovens em prosseguir com a cultura italiana.
- Nós procuramos os mais jovens, mas é difícil. Nas cidades que nós vamos, insistimos, convidamos, só que não tem interesse. Eu sou o mais novo do grupo e já estou velho - descontrai o músico que há 16 anos participa do coral.
Os integrantes do Stella Alpina não recebem remuneração para fazer as apresentações. O coral é mantido com eventos para arrecadar fundos.
União
Coral Stella Alpina, de Caxias do Sul, comemora 35 anos de fundação
Grupo de 12 amigos busca cultivar a tradição italiana através da música
Alana Fernandes
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