Você, sujeito ligado às novidades, plugado até os fios de cabelo, certamente já ouviu falar da Internet das Coisas.
Se você ainda não ouviu falar da Internet das Coisas você deve se considerar um ser em extinção.
Ou pelo menos um ser bem perto da extinção.
Ainda dá tempo de se atualizar, porém, antes que a Internet das Coisas assuma sem pedir licença a descarga do seu banheiro, o abastecimento do seu carro, a durabilidade do seu tênis, o nó da sua gravata, sua sessão de análise, o prato que melhor combina com seu estado de espírito nesta sexta-feira, o corte de cabelo ideal, a joia que você deve exibir no colo, o tom da maquiagem, a ração do seu cachorro, a praia que você curtirá nas férias, os pontos da cidade congestionados, o seu check up semestral, o vinho que vai melhor com aquela carne, a carne que vai melhor com aquele vinho.
A Internet das Coisas, aguardem, será ainda mais revolucionária do que a Internet de per si. As transações bancárias e a compra de tralhas chinesas serão menos que brinquedos infantis perto do que a Internet das Coisas vai proporcionar.
Na prática, se é que é possível compreender e explicar esse troço, os objetos - todos os objetos, inclusive os imateriais - estarão interconectados entre si e conosco. É possível, pois, que você possa programar o sonho que deseja sonhar naquela noite.
O menu de possibilidades está sendo elaborado em laboratórios mundo afora. Consta que os avanços são consideráveis. Logo, logo um guarda-chuva vai se abrir sozinho sobre sua cabeça mediante a confirmação de chuva. Um dos aspectos negativos da revolucionária Internet das Coisas é que será impossível tomar banho de chuva. Essa perda, dizem os deuses da web, será recompensada com benefícios inigualáveis, inclusive e especialmente para a nossa saúde.
A Internet das Coisas será onipresente. Do útero ao túmulo, faremos nossa passagem sobre a Terra de mãos dadas com a conectividade.
Bacana?
Talvez.
Opinião
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