A mãe da adolescente agredida e assaltada por um bonde no centro de Caxias do Sul está revoltada. A mulher, de 46 anos, conta que a filha tem dores no corpo causadas pelas agressões com socos, tapas e até com um skate. Ela soube da violência quando a filha telefonou de um celular emprestado.
Por volta de 18h de quinta-feira, a adolescente de 12 anos e duas amigas, de 12 e 13, caminhavam pela Rua Os Dezoito do Forte, em São Pelegrino, quando houve a agressão. Segundo o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), tenente-coronel Ronaldo Buss, a Brigada Militar procura identificar e orientar grupos de jovens pelas ruas de Caxias. Em feriados e finais de semana, especialmente dias de passe-livre, ocasiões em que os bondes costumam agir com mais frequência, principalmente no Centro, o trabalho da Brigada se intensifica.
- Se notamos que estão promovendo desordem, orientamos a irem para casa. Se cometem algum ilícito, chamamos o Conselho Tutelar, responsável por acionar os pais. Mas também temos que entender que eles são jovens, querem sair, se divertir _ pondera.
Nas últimas semanas, o aumento da violência também tem assustado escolas da Zona Norte de Caxias. Parte das confusões seria estimulada por provocações via redes sociais, segundo constatação das direções. Bondes e pessoas que não integram a escola teriam participação.
Nenhum jovem foi identificado ou apreendido pela agressão à menina de 12 anos. O pai da garota registrou queixa na Polícia Civil.
Abaixo, confira a entrevista com a mãe da garota agredida:
Como a senhora soube do que aconteceu?
Quando a minha filha ligou pedindo socorro. Pediu para eu e meu marido irmos ao centro porque tinham assaltado ela e as amigas. Um motorista da Visate emprestou o celular para ela ligar.
Bateram na sua filha?
Sim. Deram soco na cabeça dela, tapa na cara. Uma guria tacou um skate na perna dela. Não ficou grandes hematomas, mas ficou o trauma. Ela está com medo, apavorada.
A senhora sabia que a sua filha estava no centro?
Não. Eu moro no Bela Vista e tinha deixado a minha filha com a minha mãe, no Presidente Vargas, brincando com meu sobrinho e as amiguinhas. Aí pegaram o ônibus e foram para o centro.
A senhora chegou a ver quem agrediu sua filha?
Eu e meu marido fomos de carro buscá-la. Ela estava ali perto do colégio São Carlos. Fomos até uma parada de ônibus e perguntamos se tinham visto as meninas que bateram na minha filha. Disseram que tinham ido em direção à praça (Dante Alighieri). Eu e meu marido pegamos o carro e fomos. Encontrei um grupo sentado em frente aos banheiros públicos. Perguntei se eles é que tinham batido na minha filha e eles saíram correndo.
Como a senhora está?
Eu estou revoltada. Se tivessem roubado o celular, mas não tivessem batido na minha filha...