A chegada de imigrantes a Caxias nesta semana não teve a mesma força do no período da Copa do Mundo de 2014, quando mais de 300 ganeses se refugiaram na cidade.
Contrariando previsões, apenas cinco senelageses desembarcaram na rodoviária na madrugada de terça-feira. O Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) estima que 3 mil fixaram moradia desde 2012, e a expectativa é que um ônibus com nova leva possa chegar até o fim da próxima semana.
O assunto tem sido debatido na cidade desde o começo de abril, quando a Diocese de Caxias convocou uma reunião para avaliar condições de qualidade de vida desses povos e ouvir das entidades envolvidas os principais problemas enfrentados por eles. O resultado do encontro será um documento entregue em junho para o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT). O documento reunirá as reivindicações das entidades envolvidas com assistência aos imigrantes. No entanto, não há ação emergencial prevista diante da possibilidade de nova onda de imigração.
- Se por ventura chegasse um ônibus cheio de haitianos ou de qualquer outra nacionalidade, não temos estrutura para acolhimento. Pode se repetir a situação do ano passado, quando abrigamos centenas no ginásio do Seminário Aparecida. Se isso acontecer, seria, de fato, não ter aprendido nada com a situação do ano passado, que nos serviu como uma escola - avalia a coordenadora do CAM, Irmã Maria do Carmo dos Santos Gonçalves.
Maria do Carmo se refere ao abrigo provisório dos ganeses em um salão do seminário, em estrutura cedida pela Igreja Católica, em junho do ano passado. Mais de 300 homens dormiam lado a lado em colchões espalhados no chão da sala de jogos, vestindo roupas cedidas pela comunidade, via Fundação de Assistência Social (FAS).
O prefeito Alceu admite que não há ação emergencial planejada, mas justifica que a situação econômica que o município enfrenta é bastante diferente da vivida no ano passado, e isso inviabiliza investimentos.
- Se vier esse ônibus: vem de onde, de quem? Quem é o responsável? Quem nos comunicou sobre ele vir? É claro que tudo o que for preciso, a gente vai atender. Mas o momento é de desemprego, é de pessoas cada vez mais procurando a FAS. Como dar privilégio para quem está chegando hoje, em detrimento dos que estão na fila? -questiona.
Sem previsão
Caxias do Sul não tem plano emergencial para chegada de novos imigrantes
Expectativa é que ônibus com haitianos e senegaleses cheguem até semana que vem
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