* Rozana Ellwanger (interina)
Rir, sorrir e gargalhar são três irmãos muito parecidos. Eles têm gênios diferentes, mas só fazem bem. Rir e gargalhar são um pouco rebeldes: aparecem quando querem e muitas vezes a gente não consegue controlar. Mas o sorrir... Ah, esse é um doce.
Sorrir é filho da simpatia e da educação. Dizem que em uma briga familiar rompeu os laços com a cara feia. Por isso sempre que ele aparece o irmão dela, o terrível mau-humor, vai embora.
Mas não pensem que sorrir é um adolescente rebelde que briga com a família. Não, não, não... Ele ainda vive com os pais e, como todo bom irmão, provoca diariamente o sorrir e o gargalhar. É aquele irmão pentelho que fica cutucando os outros até que eles deem o ar da graça.
O sorrir anda sempre junto com seus pais (Ou suas mães? Me atrapalho quando falo dessa família complicada). São seus pais que nos fazem cumprimentar o porteiro, contar uma piada ao zelador, dar bom dia pro gari. Mas sorrir é o gênio da família. Sorrir consegue reunir seus irmãos. Às vezes demora, mas vai por mim: andando com ele, eventualmente você vai encontrar o rir e o gargalhar. E andar com ele tem uma outra grande vantagem: seus primos mau-humor, grosseria e cara feia não vão te encontrar.
Dizem que a educação e a simpatia, vendo o mundo hoje, ficaram com medo de morrer. Temendo que seus filhos sucumbissem depois da sua morte, ensinaram que eles sempre seriam lembrados onde quer que os rebentos fossem. Foi quase uma maldição: onde o sorrir, o rir e o gargalhar aparecessem, a educação e a simpatia seriam lembrados.
Elas ainda vivem - e digo isso com convicção para quem duvida. A educação e a simpatia já estão velhinhas, então saem cada vez menos de casa. Mas estão aí. Eu garanto. Elas aparecem quando invocadas. E cumprindo sua maldição do bem, são sempre lembradas onde quer que os três filhos apareçam.
É uma família complicada, eu sei. Mas não é preciso entendê-la. Só temos que decidir de que lado vamos ficar: dos primos chatos ou dos filhos da educação e da simpatia. É uma escolha diária, mas não é difícil. É bem óbvio quem são os mocinhos nessa grande família briguenta.
* O colunista Marcos Fernando Kirst está em férias.
Opinião
Rozana Ellwanger: Rir, sorrir e gargalhar são três irmãos muito parecidos
Eles têm gênios diferentes, mas só fazem bem
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