Cerca de 50 pessoas participam da manifestação contra o asfaltamento da Rua Plácido de Castro, em Caxias do Sul no início da noite desta terça-feira. O encontro foi organizado à tarde pelos administradores da página do Facebook Faço Parte Maesa. Pela manhã, uma decisão do Tribunal de Justiça autorizou a prefeitura a asfaltar a via para sediar os desfiles do carnaval de rua em fevereiro.
A rua é uma das que contorna o prédio da Fábrica 2 da Metalúrgica Abramo Eberle S.A (Maesa), em processo de tombamento pelo Patrimônio Histórico do município. Os participantes do protesto entendem que o asfaltamento descaracterizaria a construção.
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Os manifestantes chegaram a bloquear a rua por alguns minutos, mas liberaram o trânsito após uma salva de palmas. Cruzes foram coladas no calçamento. Eles recolheram assinaturas em um abaixo-assinado que será entregue ao Ministério Público na quarta-feira.
O produtor cultural Claudio Troian, membro do Faço Parte Maesa, convocou os manifestantes a bloquearem a rua para colar as cruzes pretas no chão.
- Vamos ter que deixar nossa marca aqui hoje porque isso não vai mais existir. Isso que é história será memória - declarou.
_ O Faço Parte não é contra o Carnaval, de forma alguma. Pelo contrário. A gente entende que eles estão sendo os mais prejudicados com isso _ afirma Vera Mari Damian, integrante do Faço Parte Maesa.
Estudantes do colégio Emílio Meyer participam da manifestação. Segundo Gabriela Rodrigues, do departamento cultural do grêmio estudantil, as opiniões estão divididas na escola. Além da preservação do aspecto histórico da rua, Gabriela cita a preocupação com alagamentos e acidentes de trânsito.
- E tem a questão cultural: essa praça tem 60 anos e o colégio, 84. Fazem parte de todo um contexto cultural que teria três ou quatro obras divididas pelo asfalto.
Um novo encontro no mesmo local está programado para quarta-feira, às 19h.
